Um conteúdo

Com a ambição de chegar a 1 milhão de alunos pagantes até 2026, a edtech Gran vem acelerando seu crescimento – sustentado por um ecossistema educacional 100% digital e com soluções de inteligência artificial proprietárias.
O Gran foi fundado em 2012 por Gabriel Granjeiro e Rodrigo Calado. Detalhe: a edtech foi, por quase uma década, uma operação bootstrap com geração de caixa desde o início.
Em 2021, com um aporte de R$ 110 milhões do BTG Pactual, a empresa iniciou um novo ciclo de crescimento.
Resultado: em 2024, a companhia dobrou seu EBITDA e cresceu 30% em receita nesse período. A meta do Gran é alcançar um faturamento de R$ 550 milhões em 2025.
A empresa oferece mais de 27 mil cursos e mantém índices que a colocam à frente das edtechs listadas na bolsa. O engajamento (DAU/MAU), por exemplo, está em 24% – o dobro da média de mercado –, enquanto o NPS está 50% acima do visto no setor educacional.
Além de liderar o segmento de concursos públicos no Brasil, o Gran vem ampliando sua atuação com o lançamento do Gran Faculdade, que oferece cursos de graduação e pós-graduação EAD.
Segundo Granjeiro, que além de cofundador é o atual CEO, a estratégia visa fortalecer o lifetime value (LTV) da base e ajuda a reposicionar a empresa como um ecossistema de educação continuada. Na visão do CEO, a expansão para novas verticais está em avaliação, com foco em sinergia e retenção.
“No Gran, o aluno tem tudo de que precisa: acesso a conteúdo, métricas, tutor 24h com IA, planos de estudo automáticos e uma experiência fluida entre desktop, mobile e até TV,” disse Rodrigo Calado, cofundador e vice-presidente.
No centro da tese da companhia está a tecnologia como coprotagonista no aprendizado: desde 2018, o Gran investe em inteligência artificial.
A engine própria do Gran, batizada de MAIA, já produziu mais de 1,2 milhão de explicações automatizadas para questões, com custo unitário abaixo de R$ 0,05. Granjeiro disse que, atualmente, uma parte relevante dos códigos do produto é gerada com apoio de IA.
A arquitetura de dados própria permite escalar experiências personalizadas com 90% de assertividade.
O Tutor 24h já respondeu a mais de 42 mil dúvidas em chat aberto, com apoio de mais de 50 professores no refinamento das respostas. O tutor utiliza modelos como GPT-4o mini e Claude 3.5 Haiku, combinados a uma infraestrutura proprietária que inclui material exclusivo do Gran (não disponível no ChatGPT) e uma arquitetura de corte de contexto para minimizar alucinações.
Além disso, há a ferramenta “Dá pra conciliar?”, que calcula a viabilidade de estudar para dois concursos ao mesmo tempo.
Segundo Calado, vice-presidente do Gran, trata-se de um recomendador que sugere trilhas com base no desempenho individual, utiliza modelos tradicionais de machine learning e processamento de linguagem natural baseados em metadados.
Impulsionado por uma base de mais de 800 mil alunos pagantes, um modelo de recorrência sustentável e inteligência artificial proprietária aplicada à personalização do aprendizado, o modelo permite que a empresa escale com impacto social.
Esse impacto aparece nos números: 65% dos alunos têm renda familiar de até três salários mínimos e 40% vivem com renda per capita de até um salário mínimo.
Além disso, a empresa tem presença em 4.951 municípios – praticamente 90% de todo o território nacional.
A empresa também segue apostando em diversidade interna. No quadro de colaboradores do Gran, 56% são mulheres e 52% se identificam como negros ou pardos. Além disso, 39% da alta liderança é feminina e 34% da liderança é negra. A edtech é signatária do Pacto Global da ONU e integra o movimento “Elas Lideram 2030”.
Sem abrir mão de sua liderança em concursos públicos, o Gran quer ir além. Segundo o CEO, a missão agora é consolidar-se como uma das principais empresas de educação e tecnologia da América Latina.
Como fazer isso? Granjeiro aposta em um modelo de crescimento baseado em receita recorrente, engajamento acima da média, tecnologia proprietária e forte tese de impacto.
“Se olharmos em impacto, hoje a empresa já é a maior edtech do Brasil em número de alunos digitais,” disse Granjeiro, que, mesmo assim, vê espaço para muito mais.
“O Brasil é um dos maiores mercados globais de educação e um dos mais conectados à internet. Há uma base enorme de problemas estruturais, e a chave para destravá-los passa pelo conhecimento. Mesmo com 800 mil alunos, sentimos que estamos apenas começando. O potencial está na casa dos milhões,” disse.
Em destaque Gabriel Granjeiro, CEO e cofundador do Gran, e Rodrigo Calado, CPO, cofundador e vice-presidente do Gran.