As empresas mais inovadoras do mundo estão descobrindo que o maior ativo que possuem não é apenas o produto ou serviço que oferecem, mas o ecossistema que construíram ao redor dele. 

A Wellhub é um exemplo prático desse movimento. A empresa decidiu criar sua própria estrutura de crédito, em parceria com a QI Tech, para oferecer financiamentos que permitam que academias e estúdios invistam em suas próprias operações.

Esse passo não surgiu por acaso. O setor de bem-estar vive um ciclo acelerado de crescimento no Brasil, mas grande parte das academias e estúdios continua fora do alcance do sistema financeiro tradicional. 

Mesmo atendendo milhões de usuários, pequenos e médios empreendedores enfrentam dificuldades para acessar linhas de crédito destinadas à expansão, reforma ou compra de equipamentos – muitas vezes por falta de conhecimento por parte dos bancos. 

Para o Wellhub, esse gargalo não era apenas um problema externo; era um limite estrutural ao seu próprio crescimento. 

Afinal, se os parceiros não conseguem capital para modernizar seus espaços, ampliar suas operações ou melhorar suas entregas, toda a qualidade percebida pelos usuários também fica comprometida. 

Por isso, a empresa criou o Soluções Financeiras by Wellhub, começando pela linha de crédito para parceiros, que nasce para financiar as academias e estúdios dentro da própria rede, algo que nenhum banco é capaz de fazer com a mesma profundidade e contexto. 

Com acesso a dados, capacidade de compreender o comportamento dos parceiros e proximidade com a rotina do setor, o Wellhub consegue estar melhor posicionado do que qualquer banco tradicional para avaliar risco, precificar operações e conceder crédito de forma compatível com a realidade do bem-estar. 

“Grande parte dos nossos parceiros não conseguia aprovação em bancos tradicionais ou recebia ofertas com taxas incompatíveis com a realidade do setor,” disse Bernardo Ferrarini, diretor sênior de fintech do Wellhub. “Criar nossa própria infraestrutura de crédito era uma necessidade estratégica”.

Para viabilizar essa estrutura com escala, governança e segurança regulatória, o Wellhub encontrou na QI Tech uma parceria ideal. 

A QI Tech assumiu a escrituração das notas comerciais, para registro das operações, as assinaturas digitais via CertifiQI, além da administração e custódia do FIDC constituído pela companhia. 

Segundo Emilio Moreira, CEO da vertical de administração e custódia da QI Tech, alguns diferenciais fazem toda a diferença para a parceria: a velocidade de emissão da nota comercial, a possibilidade de integrar a escrituração ao restante do fluxo, a assinatura digital já integrada ao processo e, principalmente, a conciliação automática dos pagamentos, sem necessidade de intervenção manual.

Além disso, a integração da escrituração com o software proprietário de administração e custódia da QI Tech faz com que a compra de uma nota comercial aconteça em uma única interação. 

Para Ferrarini, o impacto deve ser profundo na operação da Wellhub. 

“Nos próximos cinco anos, queremos ver a redução da mortalidade das pequenas academias, abertura de novas unidades impulsionando o crescimento do setor, assim como a melhora da infraestrutura,” disse o executivo.

Como primeira fase do projeto, o Wellhub levantou um FIDC de R$ 100 milhões – totalmente operado e arquitetado pela QI Tech.

“Buscávamos parceiros com solidez e capacidade de sustentar o crescimento do fundo no longo prazo. A expertise da QI Tech em escrituração e administração de fundos tornou a escolha natural”, diz Ferrarini.

Na prática, segundo Emilio, da QI Tech, a infraestrutura funciona de maneira integrada desde o primeiro clique do empreendedor. 

A solicitação é feita na interface do Wellhub, os dados chegam à QI Tech via API, a nota comercial é escriturada automaticamente, as assinaturas são realizadas via CertifiQI (assinatura com certificado digital da QI Tech) e o desembolso ocorre. 

Em seguida, o FIDC adquire a nota, libera os recursos e passa a concentrar os recebíveis da operação. Todo o ciclo de pagamentos é conciliado no próprio sistema da QI, que acompanha a performance dos créditos ao longo de sua vida útil.

Emilio explica que essa fluidez operacional decorre do modelo one-stop-shop da QI Tech

Ao concentrar originação, assinatura digital, escrituração, bancarização, antifraude, administração e custódia em uma única plataforma, a empresa elimina a dependência de múltiplos fornecedores e reduz drasticamente as fricções que costumam travar operações estruturadas. 

Para clientes corporativos, essa integração encurta o time-to-market, simplifica a gestão e reduz a necessidade de manter equipes técnicas extensas.

Para completar, o atendimento da QI Tech domina os fluxos regulatórios e os detalhes técnicos de cada etapa, o que reduz riscos e acelera a solução de eventuais problemas. A empresa também conta com profissionais experientes no atendimento a grupos internacionais, um diferencial para companhias globais que buscam estruturar produtos financeiros no Brasil.

Segundo Emilio, a combinação entre tecnologia e governança é o que viabiliza a escala. A empresa elimina etapas manuais, reduz riscos operacionais e dá visibilidade granular para gestores e cotistas. Hoje, a QI Tech lidera o ranking da ANBIMA em administração de FIDCs por patrimônio líquido, com mais de R$ 155 bilhões sob gestão. 

“Estamos falando de um nível de automatização que players com tecnologia legada não conseguem entregar,” disse Emilio. “Quando reduzimos fricções operacionais, ampliamos o acesso ao crédito e permitimos que o fundo seja escalado de forma sustentável”.

A operação também marca um avanço importante de embedded finance no Brasil. Ao usar sua própria base de parceiros como potenciais tomadores, o Wellhub criou um produto financeiro sob medida para seu nicho, fortalecendo a cadeia e criando novas avenidas de receita. 

Para Emilio, essa lógica tende a se expandir. Ele explica que a infraestrutura que a QI Tech construiu pode ser replicada em diversos ecossistemas de negócio. 

“Cada vez mais empresas percebem que produtos de crédito e serviços financeiros próprios ampliam seu impacto e fortalecem sua cadeia de valor,” disse ele.

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