Quando a PRIO foi fundada, o setor de petróleo enfrentava um cenário desafiador, com o preço do barril derretendo e a economia brasileira em meio a uma crise que afundou o PIB e jogou a inflação na lua.

Dez anos depois, a petroleira — que (re)nasceu da compra do Campo de Polvo da BP — é uma das maiores empresas independentes do mundo, com uma produção de mais de 150 mil barris por dia. 

“Foi uma história de superação de desafios,” Nelson Queiroz Tanure, o chairman da companhia, disse durante o PRIO Conference, que reuniu empresários do setor e autoridades públicas na sede da companhia, com curadoria do Brazil Journal. “No primeiro programa de estágio que abrimos, buscando 10 alunos, só tivemos três candidatos.”

Tanure lembrou do papel de empresas como a PRIO na cadeia do petróleo.

“As Majors são excelentes em grandes descobertas, em achar as novas fronteiras em lugares inóspitos. Mas sobra espaço para uma empresa especializada em produzir petróleo em campos maduros, que já passaram do seu pico de produção ou estão perto dele,” disse o executivo.

Para ele, foi esse foco e especialização, somados a uma disciplina financeira exemplar, que explicam o sucesso da companhia. “Sempre entendemos que produzir petróleo a qualquer custo não é bom negócio. Tem que ter produção sustentável, com rentabilidade.” 

O papel de empresas como a PRIO é ainda mais importante no momento atual do setor, em que há uma cobrança cada vez maior da sociedade por responsabilidade social e com o meio ambiente.

Durante a PRIO Conference, o CEO Roberto Monteiro lembrou que neste contexto é fundamental produzir mais com a infraestrutura que já está pronta. 

“O papel da empresa independente é esse. Ela não vai brigar pela exploração da nova fronteira, mas ela vai conseguir fazer mais com menos. Produzir mais em cima de campos que já estão maduros,” disse Roberto.

‘Num cenário em que se vai ter a necessidade do petróleo ainda por muito tempo, as empresas têm que se especializar em produzir com mais eficiência, e reduzindo a pegada de carbono. Nossa função é essa: otimizar o mercado.”

 A PRIO Conference contou com autoridades como o Deputado Federal Júlio Lopes, que exaltou em seu discurso a importância do setor para a economia e a trajetória da PRIO; e o vice-prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Cavalieri, que disse que o Rio tem que assumir sua vocação petroleira e não pode ter vergonha disso. 

Em sua apresentação, a presidente da Petrobras, Magda Chambriard, defendeu uma tributação anticíclica para o setor, e André Esteves, do BTG, debateu com Tanure a cultura das duas empresas.

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Tanto o BTG quanto a PRIO buscam pessoas alinhadas, que tenham parte relevante do patrimônio investido na empresa, e apostam numa cultura ágil e sem burocracias. Em outras palavras: as duas empresas querem pessoas com cabeça de ‘dono’. 

O evento contou ainda com um painel mediado pelo ex-judoca e conselheiro da PRIO, Flávio Canto, que teve a participação da medalhista olímpica Adriana Samuel, do campeão paralímpico, Clodoaldo Silva, e do produtor cultural Luiz Calainho. 

O painel mostrou um outro lado da PRIO: sua plataforma de patrocínios ‘I S2 PRIO’, que já investiu mais de R$ 100 milhões em 60 projetos, que impactaram mais de 80 mil pessoas. 

Ao longo do evento, a PRIO também divulgou vídeos mostrando o impacto da cadeia de petróleo na vida das pessoas. 

Hoje o petróleo e o gás ainda representam mais de 50% de toda a energia consumida no mundo, e o petróleo tem um papel fundamental no funcionamento de indústrias, na agricultura e na logística – além de estar presente em produtos de uso diário, como plásticos, tintas, asfalto, medicamentos e alimentos. 

E, diferente do que mostram algumas previsões, o petróleo deve continuar relevante por muitas décadas, como disse Adriano Pires, do Centro Brasileiro de Infraestrutura (CBIE).

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“Muita gente acha que vai acabar o consumo de petróleo por decreto e julgamento moral, mas acho que vai demorar muito,” disse Adriano. “Só vai acabar quando encontrarem alguma fonte de energia melhor e mais barata, o que é difícil. Enquanto não acontecer isso, o petróleo vai continuar sendo o rei da floresta.”

Adriano disse que estamos “deixando para trás um mundo movido por moléculas” e “entrando em um mundo movido por elétrons.” 

“Nos próximos anos, não veremos o protagonismo de uma única fonte energética, mas sim o protagonismo da energia em si — em todas as suas formas, atributos e aplicações,” disse ele. “O mundo não está vivendo uma substituição energética. Está vivendo uma adição energética. O petróleo não sai de cena — ele se transforma, se adapta e passa a ocupar um novo papel dentro de uma matriz cada vez mais diversificada e integrada.”

Conheça mais sobre a PRIO.

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