Um conteúdo

No universo dos sistemas bancários, o core banking é como o coração: invisível para o cliente final, mas vital. E, no Brasil, poucas empresas conhecem essa estrutura tão intimamente quanto a Matera.
Com mais de 30 anos de trajetória, a Matera construiu sua posição de principal empresa de tecnologia bancária do país.
Mas agora, depois de moldar a infraestrutura de players como C6 Bank, Cielo, Vivo e XP, a Matera se prepara para algo maior: transformar o know-how acumulado ao longo do tempo no lançamento de um ledger universal.
Fundada em 1987, em Campinas, a Matera nasceu antes mesmo da era dos bancos digitais – e sobreviveu a todas as suas revoluções. Do cheque ao Pix, do COBOL ao cloud-native, a empresa prosperou em um setor onde mudanças tecnológicas são tão delicadas quanto cirurgias cardíacas: errar não é uma opção.
O segredo? Uma cultura de excelência de produto e atenção ao cliente. A Matera sempre foi mais “engenharia de produto” do que “tech hype”, disse o CEO e fundador Carlos Netto, conhecido como “TK”.
Segundo TK, a cada nova solução da Matera, há um esforço de entender o negócio e entregar performance e segurança.
Por isso, não é coincidência que a empresa esteja por trás de algumas das arquiteturas mais robustas do sistema financeiro nacional – e de europeus, chineses, japoneses e americanos.
“Tecnologia de verdade não é só código.É criar soluções que impactem os negócios dos nossos clientes. É engenharia aplicada à estratégia,” disse o CEO.
Por isso, ao longo dos anos, a empresa consolidou a posição de principal player de core banking no Brasil, um mercado regulado e competitivo, com exigência tecnológica altíssima.
Da retaguarda à vanguarda
Enquanto muitas fintechs brasileiras apostaram em experiência do usuário e disrupção na ponta, a Matera ficou com o que pouca gente queria (mas que todos precisam): a retaguarda. E foi justamente aí que construiu sua fortaleza.
Hoje, a empresa atende mais de 250 instituições financeiras e processa milhões de transações por dia. Seu portfólio inclui soluções de core bancário, pagamentos instantâneos, tesouraria, crédito, gestão de riscos e AI. E, mesmo com um sistema core, a empresa continuou investindo bastante para manter uma arquitetura modular e aberta, capaz de dialogar com APIs, clouds públicas e plataformas de parceiros.
“Além da tecnologia, investimos fortemente em serviços e pessoas para construir uma estrutura de atendimento à altura dos nossos clientes. O objetivo é ter proximidade e desenvolver uma relação de parceria eficiente, com respostas rápidas e personalizadas para as demandas de instituições que operam em padrão global,” disse Ricardo Chisman, presidente da Matera.
E mesmo com a posição consolidada, a empresa não para de investir e evoluir sua plataforma do ponto de vista da tecnologia. A mais recente novidade é o Digital Twin, uma aposta para oferecer uma solução estratégica para a modernização do setor financeiro.
O Matera Digital Twin é um light ledger universal, de alta performance, multi moeda, que opera independentemente do core bancário tradicional. Em termos simples, ele permite que bancos modernizem sua operação sem precisar desmontar o que já está funcionando.
A plataforma atua como uma camada que autoriza transações em tempo real, movendo o processamento para a nuvem – aos poucos e sem rupturas. É uma resposta ao dilema de como modernizar o core sem um projeto longo e caro.
“Estamos falando de uma forma completamente nova de fazer a transição do legado para o futuro,” disse o CEO. “Sem necessidade de um big bang. Sem traumas. Com ROI desde o primeiro mês.”
A proposta tem agradado. Desde seu lançamento, o Matera Digital Twin já está implementado por grandes instituições, e sendo testado por outras, tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.
Segundo o CEO, a Matera oferece um caminho técnico e politicamente viável para CIOs pressionados por custos de mainframe e pela necessidade de transformação.
Além disso, com o Digital Twin, bancos e fintechs ganham a capacidade de expandir suas ofertas de produtos incorporando, por exemplo, uma stablecoin ou pontos de fidelidade.
A plataforma é expansível, e se conecta com essas estruturas, possibilitando que instituições ofereçam esse serviço globalmente, com robustez e inovação para os desafios do mercado.
Internacionalização
Com o Digital Twin, a Matera está deixando de ser só brasileira para virar uma referência global. O movimento é gradual, mas bem planejado, segundo o CEO.
A empresa já abriu operação nos EUA, passou a dialogar com reguladores internacionais e desenvolve projetos com instituições financeiras naquele país.
A estratégia lembra a de outras empresas brasileiras que ganharam o mundo a partir de uma excelência local. Mas, no caso da Matera, o desafio é ainda maior: infraestrutura bancária exige confiança, regulação e alta resiliência.
A ambição é clara: entregar a melhor plataforma no Brasil e no mundo, e ser referência global em soluções para o mercado financeiro.
Um palco à altura da ambição
Como parte desse novo momento, a Matera patrocina o Febraban Tech 2025, o principal evento de tecnologia do setor financeiro brasileiro. Além de um estande interativo, a empresa participa de dois painéis fundamentais para executivos, reguladores e investidores.
No dia 11 de junho, às 14h10, Carlos Netto se junta a Breno Lobo (Banco Central), Adriano Milani (Citi Brasil) e Luciana Sias (Santander) para discutir o futuro dos meios de pagamento e os desdobramentos do Pix.
No dia seguinte, 12 de junho, às 13h30, o painel “Construindo o banco do futuro” vai reunir Ricardo Chisman (Matera), Glauber Mota (Revolut) e Leandro Coelho (Vivo), com moderação da jornalista Adriana Salles Gomes (MIT Sloan Review), para discutir conectividade, ecossistemas e a evolução do setor bancário.
Mais do que falar, a Matera quer debater – e aprender. Como sempre fez.