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A Grunner – uma fabricante brasileira de máquinas agrícolas inteligentes – nasceu de uma dor antiga no setor sucroenergético.
A família Belei, tradicional no cultivo de cana na cidade paulista de Lençóis Paulista, convivia há décadas com um problema estrutural da mecanização de suas plantações na hora da colheita.
Quando chegava o momento da colheita, os tratores utilizados na atividade pisoteavam o solo, danificavam parte da produção e, para piorar, ainda consumiam muito combustível.
Resultado: perda de produtividade, maior custo por tonelada na produção e uma limitação clara no avanço da lavoura.
Mas essa dor virou uma oportunidade, e a solução desenvolvida se transformou em um negócio inovador.
A família Belei percebeu que poderia transformar caminhões pesados em máquinas agrícolas inteligentes, capazes de trafegar dentro da lavoura com baixa compactação, alta precisão de tráfego e automação embarcada.
Esse foi o início da Grunner. A empresa adaptou chassis de caminhão, eixos reforçados, pneus de baixa pressão, bitola ajustada às entrelinhas do plantio e piloto semi-autônomo para criar um equipamento que reduz o consumo de combustível e preserva o solo.
Com isso, a Grunner criou uma nova categoria de equipamentos dentro do setor sucroenergético.
A tecnologia amadureceu ao longo de quase uma década até que as primeiras máquinas foram comercializadas em 2019.
Mas transformar uma inovação nascida no campo em uma operação industrial exigia estrutura financeira, governança além de uma leitura precisa de ciclos econômicos – e o ponto de virada veio junto com a entrada do Santander Empresas.
Segundo o CEO e cofundador Henrique Belei, essa relação com o Santander já era antiga.
O relacionamento da família Belei com o banco remonta aos tempos do Banespa, na década de 1990.
Quando o projeto Grunner começou a tomar forma, sem números e sem histórico, a gerente que atendia a família na Pessoa Física – reconheceu o potencial e conectou a Grunner ao time do Santander Empresas.
“O Santander foi o primeiro a acreditar quando ainda não havia histórico”, disse Henrique. “E continua sendo forte parceiro que nos ajuda a pensar nos próximos passos e conquistas”.
A partir dali, o Santander Empresas passou a atuar de forma transversal junto a equipe da Grunner, oferecendo soluções de Riscos, crédito, jurídico, investment banking, especialistas do agronegócio e ESG, contribuindo para criar a estrutura que a empresa precisava para sair do papel: governança básica, disciplina financeira, modelagem de margem, projeções recalibradas e um fluxo que suportasse o início da operação industrial.
“Queríamos estruturar governança, margens e planejamento de longo prazo,” disse Elizângela Cruz, head regional do Santander Empresas.
“Usamos o modelo de proximidade e integração do Santander Empresas para construir junto.”
Com a Grunner ganhando escala, o banco auxiliou no financiamento das primeiras unidades e organizou o capital de giro necessário para a produção dos maquinários.
Resultado: a Grunner se transformou numa empresa de 220 colaboradores, que já vendeu cerca de 1,5 mil máquinas e chegou a faturar R$600 milhões.
O foco agora é sustentabilidade financeira e visão de longo prazo, apesar dos ciclos naturais que o setor apresenta.
“Eles nos ligam para discutir cenários do agro, governança, investimentos e plano de expansão,” disse Daniele Bassetto, líder sênior do Santander Empresas. “É um relacionamento de intimidade – é estar sempre disponível.”
A Grunner deve encerrar o ano com um faturamento de cerca de R$ 400 milhões.
A companhia segue avançando e o Santander Empresas acompanha a expansão tecnológica e a entrada da Grunner em novos mercados, como grãos, pecuária e serviços de pós-venda.
Além disso, o banco também apoia a agenda ESG, tanto pelas características do produto quanto pela criação de indicadores para consolidação da inovação quanto ao seu potencial de redução de emissões de carbono e contribuição com a sustentabilidade no campo.
“O Santander Empresas ajudou a organizar a empresa, estruturar o crescimento e preparar o próximo ciclo. É uma história que começou no campo – e ainda tem muito para evoluir,” disse Henrique.
Para o Santander, a história sintetiza o conceito de “o banco que saiu do banco para entrar na empresa”.
“É proximidade real: entender o negócio, estar disponível e integrar as áreas para destravar o crescimento,” disse Elizângela.






