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Não basta vender geladeira: tem que saber para onde ela vai depois de velha e quanto de combustível foi queimado para entregá-la, fazendo tudo isso de forma rentável.
Com essa cabeça, a Via Varejo está estruturando um plano tão superlativo quanto a presença nacional das Casas Bahia: transformar-se na empresa mais ‘verde’ do varejo brasileiro.
“Queremos transformar o conceito de varejo no Brasil e ser a companhia mais sustentável do setor. Até o fim do ano, vamos entrar para o índice de sustentabilidade da B3 e definir metas ambiciosas para os nossos pilares de ESG,” diz o CEO Roberto Fulcherberger.
Para isso, “estamos fazendo investimentos que são bons para o meio ambiente mas também geram impactos financeiros positivos, como reduções de custo no longo prazo.”
Os três pilares da estratégia de sustentabilidade da Via Varejo:
Diminuir a emissão de CO2
Todos os meses, os caminhões do Pontofrio e da Casas Bahia viajam cerca de 6 milhões de quilômetros para entregar produtos em 100% do território nacional — uma distância equivalente a uma volta ao mundo 150 vezes.
Agora, a Via Varejo está reorganizando sua cadeia logística para tornar estas entregas mais eficientes e, com isso, reduzir sua emissão de CO2.
Uma parte importante da estratégia tem a ver com a Asap Log, a startup que a companhia comprou no ano passado e que faz a ‘última milha’ usando modais mais leves (como motos, carros e até bicicletas).
A Asap aumenta a eficiência das rotas de entrega, fazendo trajetos mais curtos com veículos que queimam menos carbono.
A Via Varejo também está fazendo planos para usar veículos elétricos nas grandes entregas ainda no mês de março deste ano.
Aumentar o uso de energia renovável
A Via Varejo tem mais de mil lojas, 28 centros de distribuição, fábricas e escritórios.
No ano passado, mais de 30% de toda energia usada na operação veio de usinas solares ou pela da contratação no Mercado Livre de Energia, que utiliza fontes incentivadas (solar, eólica e pequenas centrais hidrelétricas). No Estado de Minas, 79 lojas já utilizam energia solar. Já no Estado do Rio de Janeiro, serão integradas mais duas usinas solares que alimentarão 57 lojas. Com isso, esse ano, o sistema solar da Via Varejo contará com 136 estabelecimentos.
Essas ações reforçam o compromisso em adquirir energia de fontes renováveis e reduzir o impacto no meio ambiente. A meta agora é chegar a 50% até 2023 e a 80% em mais cinco anos.
Estimular a logística reversa
A companhia já tem mais de 400 lojas com pontos de coleta para aparelhos eletrônicos de pequeno porte como smartphones e notebooks, que a partir dali ganham uma destinação correta, em vez de acabar no lixo, nos rios ou ferros-velhos.
Agora, a varejista quer aumentar os pontos de coleta e também o volume coletado, duplicando o programa já em 2021.
“Vamos divulgar isso massivamente para sensibilizar as pessoas…”, diz Roberto. “Vamos fazer filmes na televisão, propaganda nas redes sociais, falando da importância da coleta desses produtos.”
“Hoje, já atuamos em 12 Estados e no Distrito Federal com a logística reversa de eletroetrônicos e cada um desses estados nos traz um desafio operacional diferente,” diz a gerente de sustentabilidade da Via Varejo, Vanessa Romero. “Temos uma operação logística cada vez mais digital, tecnológica, então ainda podemos fazer muita coisa.”
Outra meta é estender essa logística reversa aos produtos de grande porte, como geladeiras e máquinas de lavar. Nesta frente, a Via oferecerá uma possibilidade de descarte adequado desses itens, incluindo-os também no ciclo de reciclagem. Além do desafio logístico, será preciso envolver os fabricantes e demais players dessa cadeia. Para mudar o mundo, não se pode ser verde sozinho.
Em 2020, a Via Varejo começou a reportar suas iniciativas de sustentabilidade seguindo as normas do Global Reporting Initiative (GRI), a metodologia global que define padrões para preparação e publicação de informações de qualidade, reconhecidos internacionalmente.