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O Bradesco BBI está reforçando seu time e sua estratégia no equity capital markets para manter a liderança conquistada em M&A e se preparar para a reabertura da janela de IPOs.
George Costa e Silva, que passou pelo Itaú e BofA, acaba de assumir como head de ECM e acredita que o banco está em um momento de virada. “O Bradesco vive uma fase muito positiva, como mostrado no resultado muito forte no segundo trimestre. Temos liderado em M&A, recebemos o prêmio da Euromoney e agora queremos consolidar o mesmo protagonismo em ECM,” disse George.
O Bradesco BBI foi eleito o melhor banco de investimento de 2025 pela Euromoney, com destaque nas categorias de M&A, ECM e Renda Fixa – um selo de qualidade marcado por um pipeline robusto de operações.
Apenas em M&A o volume total alcançado pelo BBI em 2024 foi de US$ 11,3 bilhões, com 46 deals, o que garantiu a liderança no mercado e 22,5% do share. Desde o começo de 2025, o volume de operações já soma US$ 10,4 bilhões.
Segundo George, a estratégia do ECM passa por ampliar a oferta de produtos e soluções criativas em um ambiente ainda marcado por volatilidade e juros elevados. “ECM não é só IPO ou follow-on. Precisamos ser criativos para dar alternativas aos clientes,” disse o executivo.

George Costa e Silva, head de ECM do Bradesco BBI
Entre essas alternativas está o block trade com governança diferenciada, desenvolvido em conjunto com a Tesouraria e a área de Global Markets.
A solução consiste em uma estrutura que reduz a volatilidade dos papéis após a operação, protegendo tanto os vendedores quanto os compradores. “Criamos um mecanismo que garante agilidade e mais estabilidade de preço. É algo que os fundos vinham pedindo,” disse Rui Marques, que comanda o Global Markets.
Na prática, o BBI criou um limite pré-aprovado de risco na Tesouraria, evitando passar por várias instâncias internas. Isso permite ao Banco segurar os papéis até o mercado absorvê-los em vez de liquidação imediata – evitando assim oscilações muito bruscas logo após o block trade.
Outro exemplo de como é possível buscar soluções alternativas no mercado foi a operação da Eve, a subsidiária da Embraer que fabrica os eVTOLs, conhecidos como carros voadores.
No lugar de um follow-on tradicional, o Bradesco estruturou um private placement nos Estados Unidos com a participação do BNDES como âncora, em um volume de R$ 1,2 bilhão.
O Bradesco foi o único banco brasileiro que atuou na colocação da oferta no sindicato com outras duas instituições estrangeiras. Cerca de um terço dos investidores foram locais – e a maioria de longo prazo.
Apesar da janela de IPOs estar fechada desde 2021, a demanda por preparação segue alta. O BBI vem organizando conferências para empresas não listadas, que deverão acessar o mercado entre 12 e 18 meses.
Em maio de 2025, o Bradesco reuniu em Nova York 15 companhias brasileiras com quase 60 investidores. Eventos similares têm acontecido em São Paulo e no Rio de olho na retomada dos IPOs.
Segundo Marques, há fundamentos para acreditar que esse momento se aproxima. “O Brasil está muito barato em qualquer métrica de valuation. O preço/lucro médio está em 7 a 8 vezes, contra mais de 20 vezes em mercados desenvolvidos. Com os juros no pico e a perspectiva de cortes nos próximos meses, o risco-retorno é muito favorável,” disse.

Rui Marques, Head of Global Markets do Bradesco BBI
Os executivos destacam que setores de infraestrutura e energia devem puxar a fila de novas aberturas, seguidos por educação, consumo e tecnologia.
Nessa reabertura do mercado, o BBI aposta também nas companhias de menor porte, que podem se beneficiar do regime do FÁCIL, criado em julho pela CVM, para viabilizar captações para empresas com faturamento anual inferior a R$ 500 milhões.
“Queremos estar preparados para atender desde as grandes transações até as menores, sempre com governança e eficiência,” disse George. No regime do FÁCIL, o BBI está de olho nas emissões a partir de R$ 150 milhões até R$ 300 milhões.
Com um time de mais de 50 profissionais em investment banking e outros 140 em distribuição — incluindo reforços que estão sendo contratados para o research e sales em São Paulo e Nova York —, o Bradesco BBI acredita ter montado a estrutura necessária para disputar a liderança também em ECM.
“Enquanto a janela não abre, seguimos oferecendo soluções criativas. Mas temos convicção de que em 2026 veremos a volta dos IPOs. E queremos estar na linha de frente,” disse George.