O Bradesco elevou sua recomendação para o Itaú de ‘neutro’ para ‘compra’, dizendo que o concorrente está ‘um nível acima’ do resto do setor e que os principais riscos para a ação já estão no preço.
O analista Gustavo Schroden acha que o preço atual da ação implica um ROE de 15% – abaixo do cenário-base do Bradesco, que prevê um ROE de 20,5% para o Itaú ano que vem – e até de seu worst-case scenario, de 16,3%.
“Reconhecemos que os bancos brasileiros têm navegado águas turbulentas, especialmente no front regulatório, com riscos relacionados ao fim dos juros sobre o capital próprio e um limite no rotativo dos cartões. No entanto, esses riscos já parecem precificados,” escreveu o analista
Nas contas do Bradesco, o Itaú negocia a um price-to-book de 1,3x e um P/L de 6,8x para o ano que vem, descontos de cerca de 27% em relação à média histórica.
Além disso, o analista nota que o Itaú está negociando com desconto de 31% e 25% em relação à média dos períodos que precedem ciclos de afrouxamento monetário – como em 2011-2012 e 2016-2017, respectivamente.
No relatório, o Bradesco também aumentou sua estimativa para o lucro recorrente do Itaú ano que vem e em 2025. Para o ano que vem, o aumento foi de 5,3%, para R$ 40,1 bilhões (um ROE de 20,5%); para 2025, o aumento foi de 8,5%, para R$ 45,1 bi (um ROE de 20,2%).
Com os ajustes, as estimativas de lucro do Bradesco estão 3% e 10% acima do consenso Bloomberg.
O analista disse ainda que acha que o Itaú está preparado para surfar um potencial novo ciclo de crescimento do crédito com a queda da Selic ajudando o crescimento da economia.
“O Itaú tem um balanço forte considerando sua base de capital e seu coverage ratio, e isso pode dar suporte para um sólido crescimento dos empréstimos e/ou um payout mais alto.”