As gestoras BlueLine e Greenbay Investimentos – respectivamente criadas por ex-executivos do JP Morgan e da tesouraria do Santander – vão passar a ser uma só.
Esse é o primeiro movimento da BlueLine depois de receber recursos do Rising Stars, o fundo do Itaú que investe em gestoras, em dezembro.
Criada há três anos por Giovani Silva, que foi head de tesouraria do JP para a América Latina, e Fabio Akira, o ex-economista-chefe do banco no Brasil, a BlueLine quer se transformar numa casa multiproduto.
“Nesse primeiro momento concluímos que faz mais sentido fortalecer o produto que já temos, mas daqui a pouco vamos pensar em vertentes de equities e de crédito,” disse Giovani ao Brazil Journal.
As duas casas têm estratégias complementares.
A BlueLine parte de uma análise macro top down, com foco em temas estruturais a médio e longo prazos. A casa opera no Brasil e no mercado global e tem expertise na América Latina. Em média, o fundo concentrou entre 65% e 70% do risco em ativos offshore.
Já a especialidade da Greenbay está em táticas de curto prazo, em operações mais voltadas para o mercado brasileiro, que concentra mais de 80% do risco.
“Vamos ampliar as discussões, passar a fazer coisas que não estamos fazendo hoje e diversificar a geração de alfa,” disse Giovani. “Esse movimento é tão transformacional quanto o investimento do Rising Stars.”
Cada uma das gestoras tinha um fundo multimercado e, agora, o fundo Blue Alpha, da BlueLine, vai incorporar o Greenbay Convex.
Gustavo Brotto, que foi diretor-executivo e responsável pela tesouraria do Santander, disse que a Greenbay entendeu que com a fusão vai evoluir como uma gestora mais robusta, com mais background e discussões mais amplas na busca de assimetrias do mercado.
Gustavo e os outros seis fundadores da Greenbay estão migrando para a BlueLine: Marcel Yagui (gestor de moedas), Bruno Santos (gestor de renda fixa), Alexandre Sumariva (gestor de valor relativo), que também vieram da tesouraria do Santander; além de Flávio Serrano (análise macro), Pedro Meirelles (comercial) e Sergio Kondo (risco).
Giovani permanece como CIO da BlueLine e a Greenbay será extinta. O time de gestão que chega da Greenbay terá participação relevante na BlueLine. “São pessoas que chegam para nos ajudar a crescer o negócio,” disse Fabio Akira.
A BlueLine tem hoje R$ 300 milhões sob gestão; e Greenbay, R$ 95 milhões.
Em três anos, o fundo master da BlueLine acumula 203% do CDI; o fundo feeder, descontando as taxas de administração performance, 145% do CDI.
O fundo da Greenbay, desde que foi lançado, há 1,5 ano, rende 5,82%; contra um CDI de 12,38% no período.