O Presidente Joe Biden deve bloquear a compra da US Steel pela gigante japonesa Nippon Steel.

Segundo o Washington Post e o New York Times, a objeção para a conclusão do negócio, anunciado no final do ano passado, terá como justificativa a ‘segurança nacional.’

A notícia afundou a ação da US Steel, que fechou o dia em queda de 17,5%.

Joe Biden

A empresa, com sede em Pittsburgh, na Pensilvânia, é uma siderúrgica histórica, que foi fundada em 1901 e teve entre seus fundadores John Pierpont Morgan e Andrew Carnegie.

Sua eventual fusão com a Nippon Steel daria origem ao segundo maior grupo siderúrgico do mundo.

A proposta de aquisição, no valor de quase US$ 15 bilhões, vem sendo avaliada há meses pelo Committee on Foreign Investment (CFIUS) – e, segundo pessoas a par do assunto, a conclusão teria sido de que a compra ameaça a segurança nacional mesmo com as garantias e concessões oferecidas pelos japoneses.

Mas como o Japão é um dos mais leais aliados dos EUA, a justificativa não tem convencido os analistas independentes – que acreditam que a motivação é política.

A decisão final de Biden deve sair nos próximos dias, às vésperas da eleição – e a Pensilvânia é um dos swing states decisivos para a conquista da Casa Branca.

O estado tem 19 votos no Colégio Eleitoral. Em 2016, Donald Trump ganhou lá – dando fim a uma sequência de vitórias dos democratas desde 1992. Em 2020, Biden levou. Dez dos últimos doze ganhadores das eleições americanas venceram na Pensilvânia.

As pesquisas mostram uma disputa cabeça a cabeça no estado, com ligeira vantagem para Kamala Harris.

Na segunda-feira, Harris disse que a siderúrgica deve permanecer “controlada por americanos e administrada por americanos.” A candidata fará um comício em Pittsburgh, a sede da US Steel e segunda maior cidade do estado, nesta quinta-feira.

Trump também tem se manifestado contra a venda para a Nippon. Disse que impedirá o negócio “imediatamente” caso vença em novembro.

O CEO da US Steel, David Burritt, disse ao Wall Street Journal que os investimentos de US$ 3 bilhões prometidos pela Nippon na atualização de suas plantas são “críticos” para manter a siderúrgica competitiva.

Se a venda para a Nippon fracassar, disse Burritt, a empresa deverá fechar as usinas mais antigas e poderá também mudar de sede, deixando Pittsburgh.

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