A Berkshire Hathaway, de Warren Buffett, chegou a seu primeiro trilhão de dólares em valor de mercado – a primeira empresa americana fora do mundo tech a atingir este valuation.

A ação Classe A – que concentra o poder de voto – atingiu a cotação de US$ 699.000 agora há pouco; enquanto a ação Classe B bateu US$ 465.

Mesmo com Buffett em ‘modo defensivo’ e acumulando caixa, o valor da Berkshire já subiu quase 30% este ano – um desempenho acima da já expressiva alta de 18% do S&P500.

Um índice que acompanha os papéis das Magnificent Seven subiu 33% desde o início do ano, não muito melhor do que o desempenho do velho Buffett.

Buffett, que fará 94 anos na sexta-feira, assumiu o controle da Berkshire nos anos 60. Junto com seu amigo Charlie Munger (e usando lições aprendidas com seu professor Benjamin Graham na Columbia Business School), Buffett transformou a empresa têxtil decadente num veículo para comprar participação em outras empresas, dando início ao mais bem sucedido experimento de value investing da história do capitalismo.

Desde 1965, o valor de mercado da Berkshire subiu em média 20% ao ano, o dobro do retorno do S&P500 no período, segundo a Bloomberg.

Buffett vem atualmente realizando ganhos e reduzindo sua exposição em ações. No final de junho, a Berkshire tinha US$ 277 bilhões em caixa – um nível recorde para a companhia.

A maior parte do caixa está estacionado em Treasury bills de curto prazo – eram US$ 234,6 bi no final do segundo trimestre, uma posição maior que a do próprio Federal Reserve.

Buffett reduziu significativamente suas posições em empresas que mantém há muito tempo em seu portfólio, como a Apple e o Bank of America.

No segundo tri, a Berkshire vendeu cerca de 390 milhões de ações da Apple, a maior posição de sua carteira de ações, e embolsou mais de US$ 50 bilhões.

As ações da Apple subiram cerca de 800% desde 2016, quando a Berkshire iniciou a posição.

Apenas sete empresas valem mais de US$ 1 tri na Bolsa.

As maiores são, pela ordem, Apple, Nvidia e Microsoft – as três acima de US$ 3 trilhões – seguidas por Alphabet, Amazon, a petroleira saudita Saudi Aramco e  Meta. A Berkshire fica em oitavo no ranking.