A Bemobi acaba de comprar a Tiaxa, uma empresa que ajudou a desbravar os “nanocréditos” por celular em países emergentes e hoje é uma das líderes deste mercado — uma aquisição com sinergias óbvias com seu negócio de microfinanças.
Hoje, grande parte do negócio da Tiaxa é antecipar crédito para usuários de celulares pré-pagos quando seu saldo acaba. Mas a empresa já está trabalhando para expandir sua oferta de nanocréditos para o mundo do dinheiro — por exemplo, emprestando R$ 5 para um usuário que quer comer uma coxinha na rua e está sem dinheiro.
A Tiaxa teve receita líquida de US$ 17,2 milhões no ano passado e EBITDA ajustado de cerca de US$ 3 milhões.
A Bemobi está pagando US$ 17,4 milhões — mas o earnout pode aumentar o preço em até US$ 20,7 milhões se certas metas de crescimento e financeiras forem atingidas até o final de 2023.
Esta é a segunda aquisição da Bemobi desde o IPO — a primeira foi a M4U, na sexta-feira.
Analisando 200 milhões de usuários de telecom diariamente, a Tiaxa oferece soluções de decisão de crédito e prevenção à fraude. Seus clientes são bancos, fintechs e empresas de ecommerce.
Sediada no Chile, a empresa tem escritórios nos Estados Unidos, México, Peru e Filipinas. A empresa atua em mais de 16 países, com maior destaque para América Latina e Ásia.
O CEO Pedro Ripper disse que a aquisição da Tiaxa amplia o mercado endereçável da Bemobi de 2,2 bilhões para 2,4 bilhões de clientes ao redor do mundo; o número de operadoras parceiras sobe de 76 para 87.
Olhadas no conjunto, as compras da Tiaxa e da M4U, anunciada na sexta, “praticamente dobram a receita líquida e o EBITDA da Bemobi, mesmo antes da captura das muitas sinergias operacionais,” Ripper disse ao Brazil Journal.
Os M&As também quase triplicam o pool de talentos. A Bemobi vai de 200 para 545 pessoas trabalhando em tecnologia e produto — o equivalente a 75% do headcount.
Depois dos dois negócios, a empresa ainda fica com mais de R$ 450 milhões de caixa líquido.
A Bemobi divulga resultados do segundo trimestre hoje à noite.