O Itaú BBA acaba de ajustar seu modelo de valuation para o Banco Pan, aumentando o valor justo da ação de R$ 16 para R$ 27, mesmo depois da alta expressiva do papel nos últimos meses.

A ação começou o ano ao redor de R$ 9 e hoje negocia acima de R$ 18. 

O rerating foi impulsionado pela compra de todas as ações votantes do Banco Pan pelo BTG no mês passado, que tirou a Caixa do grupo de controle, e por um crescimento mais acelerado da base de clientes. 

“Assumindo que o Pan chegue a 19-22 milhões de clientes em 2025 (dos 6 milhões de hoje), calculamos um acréscimo potencial de R$ 10 a R$ 20 por ação ao valor justo do banco,” diz o relatório. “O upside mais relevante viria do ‘interchange’ do cartão, da corretagem de seguros, das economias de custos na captação e do floating das receitas.” 

O analista Pedro Leduc diz que o relatório marca uma mudança na forma como o Itaú analisa a ação do Pan: migrando do modelo de fluxo de caixa descontado para um valuation de ‘soma das partes’ que “incorpore todo o upside que pode vir do banco digital.”

Segundo ele, essa mudança de abordagem só foi possível porque o Pan divulgou pela primeira vez os dados de clientes de seu banco digital. 

“Com o número de clientes, conseguimos entender o ritmo que o banco está ganhando e projetar as receitas,” diz o analista. “Quando o Inter solta os dados operacionais a ação sobe mais do que no resultado em si porque o mercado começa a ver quanto eles estão engordando o bolo. No Pan, acho que vai ter uma dinâmica parecida.”