O analista Eduardo Rosman reiterou sua recomendação de compra para o Banco do Brasil, dizendo que sua confiança no banco está crescendo apesar do ceticismo reinante no mercado.

“Esperamos que o BB reporte o melhor quarto trimestre entre os bancos e dê um guidance construtivo, que deve vir acima das estimativas do mercado,” escreveu o analista, que tem um ‘buy’ no papel há quase um ano e um preço alvo de R$ 53.  O papel negocia a R$ 40.

A ação do BB sobe 12,5% desde o início do ano, na contramão de estatais como a Petrobras, que despencou no último mês. Hoje, o papel está em alta de 2,6%, uma das maiores altas do Ibovespa.

Para o BTG, o rali é justificado.  

“A nova CEO causou uma ótima primeira impressão, a nomeação dos VPs foi positiva, todos com mais de 20 anos de carreira no BB, e o banco confirmou [ontem à noite] a política de payout de 40% para 2023.”

O BTG disse que já vinha trabalhando com este cenário de payout e vê um risco mínimo dessa política mudar, dado que o banco está entregando resultados muito bons. 

“Mas quando conversamos com muitos investidores nas últimas semanas, sentimos que esse era um risco-chave na visão deles, particularmente com o baixo payout e alto capex sinalizado pela Petrobras.”

O BB vai divulgar seus resultados do quarto tri no dia 14 de fevereiro. O guidance, em seu ponto médio, é de um lucro de R$ 8,7 bilhões (um ROE de 21,8%). Isso ficaria 4% acima do consenso do mercado.

“Se esse for o caso, o BB vai terminar 2022 com um lucro de R$ 31,5 bilhões, semelhante ao do Itaú, mas com um market cap de apenas 45% do market cap de seu peer privado,” escreveu Rosman.

O analista também disse esperar que o lucro por ação de 2023 cresça entre 5% e 10%. 

Nas contas do BTG, o BB negocia a apenas 3,4x o lucro estimado para o ano que vem, com um dividend yield de 12%.

O BTG disse que os investidores parecem estar precificando uma deterioração do ROE “maior e mais rápida do que estimamos.”

“Mesmo que as coisas realmente se deteriorem, o ponto de partida é muito bom: o balanço do BB está forte, ele tem um portfólio de crédito mais defensivo e é uma ação muito subestimada com um carryover muito positivo para os lucros no curto prazo.”