A família Mariani está próxima de um acordo para vender o controle do BBM, um dos últimos bancos brasileiros de controle familiar, para o Bank of Communications, um dos maiores bancos chineses, com sede em Shangai, disseram fontes a par do assunto.Banco_bbm_logo

A transação, pela qual os chineses devem comprar uma fatia majoritária do BBM, seria a quarta incursão de um banco chinês no mercado brasileiro, e marca o fim do controle dos Mariani sobre uma casa que há décadas é fortemente associada ao nome da família.

Após a transação, os Mariani deterão uma participação minoritária no banco, segundo as fontes. No final de 2014, o BBM tinha um valor patrimonial de 570 milhões de reais.

O BBM tem sua origem no antigo Banco da Bahia, fundado em 1858 em Salvador com foco em crédito agrícola. Em 1942, o político e empresário Clemente Mariani assumiu a liderança do negócio, que passou a se destacar como banco comercial.

Até a crise de 2008, o BBM era conhecido por ter uma das tesourarias mais atuantes (e vencedoras) do País. Enxuto, discreto e com um pedigree acadêmico ligado à PUC-Rio, o banco foi um celeiro de talentos para uma série de gestoras independentes que surgiram no Rio, onde fica sua sede.

Hoje, o BBM é mais conhecido por sua operação de crédito e por um negócio de wealth management que administra cerca de 3 bilhões de reais de terceiros.

A família também controla a BBM Investimentos, uma gestora de recursos que não é parte da transação com o Bank of Communications, de acordo com as fontes. (O banco chinês foi criado no início do século passado, quando o termo ‘communications’ era sinônimo de infraestrutura de transportes.)

A mais recente incursão de um banco chinês no mercado brasileiro se deu em outubro de 2013, quando a família Bezerra de Menezes vendeu 72% do BicBanco, outro banco médio, para o China Construction Bank (CCB) por 1,62 bilhão de reais. Um ano depois, os chineses buscaram reduzir o preço em 300 milhões de reais após encontrar passivos inesperados.

Antes do CCB, outros dois bancos chineses, o Bank of China e o ICBC, obtiveram licenças para operar no País, mas não compraram nenhum banco em funcionamento.