A AT&T vai comprar US$ 23 bilhões em licenças de espectro da EchoStar — a endividada telecom americana dona das marcas Dish Network (TV por assinatura) e Boost Mobile (rede móvel). 

O acordo é um bailout para a EchoStar, que vinha sendo pressionada pela Federal Communications Commission (FCC) a se desfazer de parte da sua rede sem fio por falta de utilização.

A ação da EchoStar sobe 75% em Nova York, para US$ 72,24, enquanto a da AT&T recua 1,70% para US$ 28,25.

Objeto de uma investigação da FCC desde maio por conta de uma suposta baixa utilização de suas licenças de espectro, a EchoStar disse que o processo lhe tirou a capacidade de tomar decisões estratégicas.

Nas semanas seguintes, a EchoStar chegou a atrasar o pagamento de juros e considerou um Chapter 11 para proteger suas licenças contra uma possível revogação — o que fez com que o Presidente Trump pedisse diretamente ao chairman da empresa, Charlie Ergen, para chegar a um acordo com a FCC para evitar “que uma grande companhia americana fosse à falência”, disse a Bloomberg.

A EchoStar disse que vai utilizar os recursos da venda para quitar dívidas e financiar sua operação. Além disso, passará a ter a AT&T como sua principal parceira de rede.

Hoje com 7 milhões de assinantes, a Boost é uma operadora pequena comparada ao trio Verizon,  T-Mobile e AT&T, que juntas controlam mais de 90% do mercado de telefonia móvel.

Apesar do baixo número de usuários e de possuir uma rede 5G construída do zero, a maioria dos assinantes da Boost ainda usa a capacidade da rede da AT&T e da T-Mobile, disse o Wall Street Journal.

As licenças compradas pela AT&T cobrem mais de 400 mercados nos EUA e vão fortalecer sua participação em bandas baixas e médias. A empresa também terá a opção de alugar o espectro adquirido.

O negócio deve ser concluído no ano que vem.

A AT&T vale US$ 202 bilhões na Bolsa; a EchoStar vale US$ 15 bi.