A Atman Capital — a nova gestora de venture capital de Pedro Sorrentino, o cofundador da ONEVC — fez o first closing de seu primeiro fundo, levantando R$ 47 milhões de um veículo que deve chegar a R$ 150 milhões.
A captação foi feita com investidores institucionais – brasileiros e internacionais – e contou ainda com um pool de empreendedores que já tiveram seus eventos de liquidez, incluindo Israel Salmen, da Méliuz, Tiago Dalvi, da Olist e Alexandre Liuzzi, da Remessa Online (adquirida pelo EBANX).
A Atman vai investir em rodadas pré-seed em startups da América Latina e dos Estados Unidos. O cheque vai variar de US$ 700 mil a US$ 1,5 milhão por uma participação de no mínimo 5% do capital.
A Atman deve investir em startups dos segmentos de software para empresas; ferramentas para desenvolvedores (como APIs e infraestrutura); soluções de ecommerce e marketplace; mobilidade urbana; fintech; e criptomoedas/blockchain.
Sorrentino fundou a Atman depois de passar quatro anos na ONEVC, a gestora que ele cofundou ao lado de Arthur Brennand e Bruno Yoshimura e que foi um dos primeiros investidores da Rappi e da Kovi.
Ele deixou a gestora no início de 2021 depois de divergir dos sócios sobre a tese do novo fundo da gestora. “Eles queriam ficar focados só em Brasil e América Latina, e eu queria continuar olhando EUA,” Sorrentino disse ao Brazil Journal.
Para fundar a Atman, o investidor se juntou a Pedro Dias, que fez sua carreira no JP Morgan em São Francisco e Nova York. (Pedro era um banker que atendia fundadores de empresas em estágio pré-IPO, ajudando os empreendedores em seu planejamento financeiro.)
A ideia da Atman é oferecer esse mesmo serviço, sem custos, aos empreendedores de seu portfólio.
“Vamos ajudar os founders no D+0,” disse Pedro. “São pessoas que ainda não têm tanta liquidez, e que por isso estão fora do radar dos bancos. Mas já queremos ajudá-los a começar o planejamento financeiro, o que gera lealdade do founder.”
Segundo ele, a Atman não vai ter uma divisão de wealth management, mas vai conectar os empreendedores a private bankers, advogados e wealth managers.
“Isso não vai gerar receita pra gente, mas vai ser um diferencial e vai gerar lealdade com os founders, que é algo fundamental.”
A Atman também terá uma espécie de ‘scout program’ para os limited partners (LPs) do fundo. Se um dos investidores indicar uma startup e a Atman investir, quem fez a indicação fica com 15% do que a gestora ganhar com o carry daquele investimento.
“A verdade é que founders falam com outros founders antes de falar com investidores, e o nível de competitividade pelos bons deals é muito alto hoje,” disse Sorrentino. “Então, sabermos de um deal meses antes dele acontecer é um diferencial enorme, e isso só acontece quando alinhamos os interesses com os founders que são investidores do fundo.”