A Arezzo&Co reportou o melhor primeiro tri de sua história e disse que não vê sinais de enfraquecimento do consumidor.

A coleção de marcas da família Birman bateu a expectativa do mercado em todas as principais métricas.  A margem EBITDA cravou 16%, e o lucro líquido recorrente, R$ 73 milhões, superando o consenso de 15,3% e R$ 62,5 milhões, respectivamente.

A margem EBITDA – a melhor para um 1Q e uma recuperação em relação aos 15% do tri anterior – “mostra a alavancagem operacional que conseguimos com um trabalho de equilíbrio de despesas depois da nossa expansão acelerada de 2022,” o CEO Alexandre Birman disse ao Brazil Journal.

Alexandre Birman 2Depois de crescer 55% no primeiro semestre do ano passado e 34% no segundo, a Arezzo&Co agora viu seu crescimento nivelar em cerca de 23% – a taxa do primeiro tri e do tri anterior – e Birman disse que a companhia “tem sido muito ágil em equilibrar suas despesas vis-à-vis a receita.”

O CEO também soou confiante sobre a performance da companhia em maio – um dos meses mais relevantes para o varejo por incluir o Dia das Mães.

“O que temos de sell-in para o Dia das Mães mantem um crescimento igual ao do 1o tri, e o sellout em abril veio em linha com o planejado,” disse Birman. Agora, o foco da companhia é o sell-in da coleção “Verão I”, que começa com o Pulsar, um evento de 3 dias a partir de 16 de maio.

Birman disse que não vê sinais de exaustão do consumidor.  “Não vejo enfraquecimento nenhum da demanda, os shoppings estão cheios e mesmo nossa marca de entrada, a Anacapri, está performando super bem.”

Para ele, “o consumidor está comprando valor agregado, experiência de marca e produtos de desejo,” justamente os pilares de produto e marca em que a companhia sempre investiu. “Não tem barreira de preço, a cliente está comprando o que é tendência.”

Como sinal dessa força, Alexandre apontou para uma collab recente com a Kopenhagen, envolvendo apenas 15.000 itens, que teve um sell-through de 60% em uma semana.

Na operação nos EUA, que recentemente entrou no breakeven, a companhia viu o sell-in cair 18% no primeiro tri depois que as grandes lojas de departamento começaram a segurar as compras a partir do final do ano.  A Steve Madden, uma marca dominante neste canal, por exemplo, viu seu sell-in cair 25%.

Apesar disso, Birman disse que o sell-out da Arezzo&Co nestas grandes lojas está maior que o do ano passado, e a companhia reagiu migrando seu foco para os canais D2C, principalmente no ecommerce.

Para turbinar este canal, na semana que vem a empresa vai abrir uma loja da Schutz na Broadway (entre Prince e Spring) e começar a entregar produtos em até duas horas em Manhattan.

A loja da Schutz na Madison, aberta em 2012, continuará em operação até o final do ano, mas a ideia é focar na loja da Broadway, onde o tráfego de pedestres é 10x maior.

Birman disse que a Arezzo&Co também vai estrear em 100 lojas da Macy’s a partir de agosto; a rede fez uma compra inicial de US$ 3 milhões.

Hoje a Arezzo&Co fatura US$ 400 mil/mês só em Nova York — e US$ 3 milhões/mês nos EUA.  Birman disse que a meta é chegar a US$ 5 milhões/mês nos próximos três meses.

A companhia fechou o dia valendo R$ 7 bi na Bolsa e negocia a cerca de 14x o lucro deste ano.