A ALL e sua joint venture de transporte de contêineres, a Brado Logística, estão sendo investigadas pela ANTT por praticarem preço abaixo do mercado no transporte de contêineres, o que estaria prejudicando concorrentes.
O pedido de investigação foi feito pela empresa de logística Compager, concorrente da Brado, que alega estar sendo prejudicada pela prática de preços abusivamente baixos, que estariam bem abaixo do custo operacional. A Compager alega que os preços praticados por ALL e Brado violam a regulação vigente por desrespeitar uma regra do contrato de concessão que diz que nenhuma tarifa pode ser menor que o preço de custo.
Em 2010, a ALL fez uma joint venture com o fundo BRZ e as famílias Demeterco e Markakis e criaram a Brado, com foco em contêineres. O contrato de transporte foi submetido à ANTT, mas não foi aprovado até hoje.
O preço estabelecido no contrato pela ALL na época resultou numa tarifa para a Brado que representa cerca de um quinto do valor de mercado e menos da metade do custo variável do fluxo da ALL.
Há pouco mais de uma semana, a ANTT notificou as duas empresas a se manifestarem num prazo de dez dias.
A investigação da ANTT vem num momento em que a ALL, agora nova administração da Cosan/Rumo, está revendo a estratégia de JVs legada pela gestão anterior.
A Brado Logística é uma das três joint ventures que a ALL criou entre 2010 e 2011. As outras duas são a Ritmo Logística, com a Ouro Verde, e a Vetria, com a Triunfo e o Grupo Vetorial. Como a Ritmo não atendeu às expectativas da ALL, a empresa vendeu sua participação para a Ouro Verde por 55 milhões de reais em março deste ano.
Já a Vetria, cujo objetivo era desenvolver um projeto de mineração de minério de ferro integrado com logística ferroviária portuária, foi dissolvida pelas partes também em março. Essa joint venture também fora alvo de investigação da ANTT pelo mesmo motivo alegado contra a Brado Logística.