A Aneel chamou o conselho de administração da Light para discutir o futuro da distribuidora de energia.

A reunião, que deve acontecer às 9 horas de amanhã, é a primeira envolvendo o conselho da companhia desde o início da crise da Light – e sugere que o Governo começou a se mexer para encontrar uma solução para o problema da distribuidora, que conseguiu na Justiça um standstill para suspender pagamentos de uma dívida de R$ 9 bi.

A Light já disse à Aneel que sua geração de caixa é insuficiente para tocar a operação até o fim da concessão nos termos atuais. A concessão vence em junho de 2026. 

Segundo o ofício enviado pela agência, a ideia da reunião é que o conselho da Light detalhe “as ações a serem tomadas para a continuidade e adequação do serviço público de distribuição de energia elétrica” seguindo as condições previstas no contrato de concessão.

A Aneel também quer que o conselho detalhe “os próximos passos a serem tomados em razão da medida cautelar solicitada judicialmente pela Light para a suspensão temporária de parte de suas obrigações financeiras.”

No início do mês, a Light entrou com uma liminar para suspender as cobranças financeiras e evitar o vencimento antecipado de dívidas de R$ 3,1 bilhões que vencem até o fim do ano que vem. 

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Em outra notícia envolvendo a companhia, a Tempo Capital – do gestor Paulo Bodin – e o investidor Victor Adler indicaram hoje dois novos conselheiros e se posicionou contra a proposta de remuneração do management.

Ambos os assuntos serão votados na assembleia de acionistas marcada para esta sexta. 

A Tempo aumentou muito sua participação na Light nos últimos dias, passando de 4,5% para 7,16% do capital da Light; Adler tem outros 2,85%.

A Tempo e Adler indicaram Ricardo Reisen de Pinho, que foi do board da Light de 2016 a 2021 e fez carreira no setor financeiro, e Raphael Manhães Martins, um advogado societário que trabalha há muitos anos para a Tempo e Adler. Raphael já foi conselheiro da Light de 2019 a 2021 e hoje é conselheiro fiscal da Copel, Vale e Cielo e conselheiro da Oi. 

Sobre a proposta de remuneração, a Tempo e Adler disseram que o plano não alinha propriamente os interesses do management com os acionistas. 

Pelo plano, o management da Light pode ficar com até 5% da companhia se conseguir renovar a concessão que vence em 2026, diminuir as perdas em pelo menos R$ 300 milhões, dar um tratamento diferenciado às áreas dominadas pelo crime na renovação do contrato com a ANEEL, e readequar a estrutura de capital.

“As métricas escolhidas estão relacionadas, direta ou indiretamente, a eventos de natureza regulatória e que, portanto, são pouco apropriados para mensurar a qualidade da atuação dos contemplados pelo benefício,” disseram os investidores. “Além disso, as métricas estabelecidas não se mostram satisfatórias para evidenciar uma geração de valor para os acionistas.”

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