O JP Morgan elevou a Ambev de ‘neutro’ para ‘overweight’ – a primeira vez que o banco adota uma posição bullish no papel desde que o analista Lucas Ferreira começou a cobrir a ação em 2018.  

O banco elevou o preço-alvo de R$ 15 para R$ 17 e disse que a Ambev e Arca Continental, a engarrafadora da Coca-Cola no México, são os ‘top picks’ no setor.  

O JP diz que o recente alívio nos preços das commodities pode ser um turning point nas margens da Ambev em 2023 – a peça que faltava no quebra-cabeça para um upgrade.

Além disso, o analista diz que a Ambev está conseguindo aumentar preços sem perda significativa de volumes.

O acompanhamento feito pelo banco mostra que a empresa aumentou os preços da cerveja em 12% no canal off-premise (supermercados) nos últimos 12 meses; e em 10% nos canais on- premise (bares e restaurantes) nos últimos seis meses. 

Para o JP, o consumo de cerveja no segundo semestre será impulsionado por novos estímulos fiscais para a população, o clima mais quente, a Copa do Mundo e as eleições. 

O analista disse que a concorrência deixou de ser uma preocupação principal para se tornar um tema secundário para a tese de investimentos.  Para ele, a Ambev tem as marcas preferidas dos consumidores e vem focando em inovação.

Segundo o JP, a Ambev negocia a 16x o lucro para 2023, abaixo da média histórica (20-25x) e na ponta inferior da faixa que o banco estima ser razoável para o papel: 16x-19x, que embute um prêmio entre 10%-15% sobre os peers locais e internacionais.

O JP também divulgou suas prévias para o resultado do segundo trimestre, que não deverá ser nem ‘ruim’ nem ‘incrível’ (ainda). A Ambev reporta o segundo tri em 28 de julho.

No final da manhã, a ação sobe 5,4%, ‘outperformando’ o mercado. O Ibovespa – mais pesado em commodities – cai 0,2%.