A Amazon está negociando a compra de uma rede de cinemas — uma operação que, apesar de pequena, marcaria mais uma incursão da empresa no mundo físico, depois da compra do Whole Foods.
 
A informação é da Bloomberg, que citou fontes familiarizadas com as conversas.
 
A Landmark Theatres é uma rede focada em filmes independentes e estrangeiros. A empresa tem mais de 50 salas — num total de 250 telas em 27 mercados — incluindo imóveis bem localizados em Nova York, Filadélfia, Chicago, Los Angeles e São Francisco.
 
A Landmark pertence à Wagner/Cuban Cos. dos empresários Mark Cuban e Todd Wagner.  Segundo a Bloomberg, os vendedores estão sendo assessorados pela Stephens, uma boutique de investimentos.  Nenhuma decisão foi tomada e as partes podem não chegar a um acordo.
 
No ano passado, a Amazon comprou a Whole Foods por US$ 13,7 bilhões, mostrando que pode turbinar seu negócio online com ativos no mundo físico; de lá para cá, múltiplas combinações se tornaram alvo de especulação.
 
Nos EUA, uma regra proíbe há décadas que os estúdios de cinema sejam donos das salas, seu canal de distribuição.  Essa integração vertical existia até 1948, quando a Suprema Corte decidiu que o chamado “Hollywood system” — o conjunto de relações econômicas que embasava toda a indústria de cinema — era inconstitucional.  
 
A decisão gerou uma série de ‘termos de ajustamento de conduta’ que vigoram até hoje: um deles proíbe a venda casada de filmes, uma prática que permitia aos estúdios empacotar os filmes mais fracos junto com os sucessos de bilheteria. Outra regra proíbe a imposição de preços mínimos nos ingressos e concede licenças de distribuição exclusiva em algumas áreas geográficas. Outra, finalmente, proíbe que estúdios comprem salas de cinema.
 
Agora, como o mercado mudou estruturalmente, o Departamento de Justiça está revendo a validade destas regras, o que pode permitir que a Amazon entre no jogo.