Quando a Amazon, a Berkshire Hathaway e o JP Morgan uniram forças para criar a Haven — uma joint venture para resolver os altos custos do sistema de saúde americano — o mercado tremeu e as ações das operadoras despencaram na expectativa de um cataclismo no setor.  

Três anos depois, as gigantes parecem ter percebido que o buraco é bem mais embaixo: a Haven anunciou hoje que vai fechar as portas no mês que vem. 

O anúncio vem em meio à dificuldade das três empresas de operar de forma integrada e alguns meses depois do CEO Atul Gawande — um médico e professor de Harvard — renunciar ao cargo. 

Segundo a CNBC, um dos principais problemas da Haven era que, apesar de gerar novas ideias e projetos, cada uma das três empresas as executava separadamente com seus funcionários, tornando desnecessária a existência da joint venture. 

Mas para muitos analistas, o fechamento também é um sinal das dificuldades de se reinventar um mercado extremamente complexo e que movimenta mais de US$ 3,5 trilhões por ano nos EUA. Todos os dias, nasce uma healthtech tentando reinventar o sistema de saúde — ou simplesmente reduzir custos — nos EUA, no Brasil e no mundo.

Um porta-voz da Haven disse que o fechamento não significa o fim dos esforços das três empresas na saúde, e ressaltou as conquistas da iniciativa. 

“O time da Haven fez um bom progresso explorando uma ampla gama de soluções de healthcare, bem como pilotando novas formas de tornar a atenção primária mais acessível, os planos de saúde mais simples de entender e usar, e as prescrições de medicamentos mais baratas,disse ele à CNBC.


“Daqui pra frente, Amazon, Berkshire, e JP Morgan vão alavancar esses insights e continuar a colaborar informalmente para desenhar novos programas para seus funcionários.”

Por enquanto, a melhor solução para o problema do alto custo da saúde parece ser a saída engenhosa oferecida pelo CEO do Whole Foods, John Mackey. 

“A melhor solução é não precisar do sistema de saúde, Mackey disse num podcast recente.  A melhor solução é mudar a forma como as pessoas comem, vivem, seu estilo de vida, sua dieta. Não há motivo para as pessoas não serem saudáveis e terem uma vida melhor. Um punhado de remédios não vai resolver o problema.


Ok, ele fala em causa própria — mas o mundo não parece ter outra opção.