Uma das queixas mais comuns no mercado é que “a WEG está sempre cara.”
Mas desta vez é diferente.
O papel caiu 15% nos últimos dois pregões e mais de 30% no ano (contra uma alta de 11% no Ibovespa), e agora negocia a 21x o lucro estimado para o ano que vem — o menor múltiplo dos últimos 10 anos.
Num relatório publicado hoje, o Itaú BBA diz não ver motivos para “os investidores de curto prazo” correrem para comprar a ação, mas acha que a “oportunidade de uma década” pode estar aparecendo para os investidores de longo prazo.
Segundo o banco, o múltiplo atual do papel é um desconto de 15% em relação à média dos últimos 10 anos (excluindo os períodos de múltiplos acima de 40x, de 2019 a 2022), e um desconto de 27% em relação à média de peers como a ABB e Siemens.
“Acreditamos que um re-rating é improvável no curto prazo, considerando as perspectivas de crescimento e de lucros,” escreveu o analista Daniel Gasparete. “No entanto, no longo prazo, o crescimento da WEG deve ganhar ritmo de novo, com contribuições positivas vindas do BESS e da Synchronous Condensers, abrindo espaço para uma expansão de múltiplo.”
No curto prazo, o Itaú disse que o crescimento deve se manter abaixo dos níveis históricos, e a rentabilidade deve continuar onde está, com as discussões de tarifas pesando sobre a ação.
“Dito isso, acreditamos que o modelo de negócios da WEG está longe de estar quebrado, o que significa que pode ser uma questão de tempo para que as novas avenidas de crescimento comecem a dar resultado, reacelerando o top line e suportando múltiplos de lucro maiores.”
O banco também revisou seu modelo, depois dos resultados do segundo trimestre, que vieram fracos.
A projeção para a receita líquida foi reduzida em 5% para este ano e em 10% para o ano que vem, para R$ 45 bilhões, ainda uma alta de 9% ano contra ano. Nas margens, o banco manteve os números inalterados, mas reduziu suas projeções para o lucro líquido em 4% para 2025 e em 7% para o ano que vem.
A ação da WEG negocia estável no pregão de hoje a R$ 36,21. A companhia vale R$ 151 bilhões na Bolsa.