A ação da Latam Airlines decolou nos últimos 12 meses, acumulando uma alta de 70% graças a uma combinação de melhoria operacional com um re-rating pós-Chapter 11.

Mas para o Itaú BBA, a tese ainda não se esgotou.

O banco reafirmou hoje sua recomendação de ‘compra’ para o papel e elevou o preço-alvo para US$ 59, um upside de 30% em relação ao fechamento de ontem, a US$ 44,67.

A ação sobe 1,5% no início da tarde.

O analista Gabriel Rezende continua enxergando espaço para uma melhora nos fundamentos da companhia, impulsionada por preços de combustíveis e câmbio favoráveis; um ambiente competitivo construtivo, à medida que Gol e Azul se reestruturam mas não devem se fundir; e após a Latam anunciar a compra de 24 aeronaves E195-E2 da Embraer.

“O tráfego doméstico lidera o crescimento de ASK (assentos-quilômetro disponíveis) da Latam, e a adição desses novos (e mais eficientes) aviões à frota deve proporcionar uma aceleração de crescimento quando as operações começarem,” disse.

Além disso, o Itaú projeta que o re-rating do papel deve continuar, já que o custo da dívida está diminuindo pós-reestruturação e a remuneração dos acionistas está aumentando.

A Latam já recomprou US$ 600 milhões em ações este ano, um yield de 4%, e tem espaço para distribuir 60% de seu lucro em dividendos, o que geraria um yield de 7%.

O risco de overhang também diminuiu e deu espaço a uma tese de ganho de liquidez, disse o Itaú. Ao longo deste ano, o free float da Latam subiu de 37% para 60% depois que investidores institucionais que ajudaram no Chapter 11, como a Strategic Value Partners, reduziram sua participação com vendas a mercado.

“A MSCI e a FTSE anunciaram que isso deve fazer com que as ações da Latam tenham uma relevância maior em seus índices, o que deve desencadear mais entradas no papel,” escreveu o analista.

O Itaú vê o papel negociando hoje a 4,4x EV/EBITDA 2026 e 8,7x lucro.

A Latam vale US$ 13,8 bilhões na Bolsa.