A GetNet encerrou seu primeiro pregão como empresa independente valendo R$ 7,3 bilhões na B3.

Com o ticker GETT11, as units da empresa de pagamentos — que até a listagem era uma subsidiária integral do Santander Brasil — subiram 63,5% em relação ao valor patrimonial usado para balizar a cisão, e fecharam cotadas a R$ 7,72.

Para cada 1 ação ou unit do banco, o acionista do Santander recebeu 0,25 ação da GetNet.

A empresa chegou à Bolsa com um múltiplo preço-lucro ao redor de 14,5x para 2022 — quase o dobro do múltiplo da Cielo (7,8x) mas bem abaixo de PagSeguro (29x) e Stone (43x).

A explicação, segundo gestores, é simples: ainda que a GetNet tenha um negócio mais ágil que a Cielo — controlada pelo Banco do Brasil e Bradesco — ela segue ligada a um banco e, assim, não se compara às empresas que não têm essas amarras e possuem um core de tecnologia mais desenvolvido.

Depois da cisão e listagem, o Santander na Espanha segue no controle da empresa, com 90% das ações.

Fundada por José Renato Hopf e pelas famílias Corrêa e Stumpf em 2003, a GetNet foi adquirida pelo Santander por R$ 2,5 bilhões em duas tranches, em 2014 e 2018.

O banco resolveu fazer a cisão para que a GetNet tenha flexibilidade para crescer e acessar diretamente o mercado de capitais.

A GetNet tem um market share de 16% e lucrou R$ 188 milhões no primeiro semestre. A empresa tem uma base instalada de 2 milhões de maquininhas, 876 mil clientes e processou R$ 183,2 bilhões em volume de pagamentos no primeiro semestre.

O papel da GetNet começa a ser negociado na Nasdaq no dia 22. Cada American Depositary Shares (ADS) representará duas units.