A Squadra está com 26% de seus R$ 18 bilhões sob administração investidos no setor de distribuição de energia – a maior alocação no segmento nos 17 anos de história da gestora.
“A capacidade dessas empresas de gerar ótimos retornos sobre o capital investido, aliada ao ritmo ainda acelerado de expansão de suas concessões de distribuição, é parte fundamental da tese de investimento,” disse a gestora, numa carta a investidores que acaba de ser publicada.
Além da Equatorial, que segue como a principal aposta, a gestora destacou a Energisa.
A gestora diz ter convicção de que a gestão dos CEOs Augusto Miranda (Equatorial) e Ricardo Botelho (Energisa) continuará acima da média setorial; e de que os contratos e a regulação do setor seguirão sendo respeitados, incentivando a busca por qualidade e premiando as empresas que prestarem o serviço adequado da forma mais eficiente.
A Squadra tem dois fundos, Long-biased (LB) e Long-Only (LO), que dividem praticamente meio a meio o total sob gestão.
O setor que tem o segundo maior peso no portfólio é o financeiro, com as principais apostas em Inter e na Stone – 20% no LB e 23% no LO.
Depois vem o setor de commercial properties, que representa 7% do fundo LB e 8% do LO. As apostas são em Multiplan e Iguatemi, “detentoras dos melhores portfólios de shopping centers do Brasil,” diz a Squadra.
No fim do segundo tri, ambas as ações negociavam a cerca de 9% do free cash flow yield normalizado – “um valuation que reputamos atrativo e próximo ao que encontramos em momentos de crises agudas, como a recessão de 2015-16 e o surto inflacionário global de 2022.”
Essa métrica, usada internamente pela gestora, já considera uma estimativa do capex recorrente necessário para promover as propriedades comerciais constantemente ao nível de qualidade esperado por consumidores e lojistas.
Em seguida vêm as produtoras de petróleo, com a PRIO, hoje um dos maiores investimentos da Squadra.
A PRIO tornou-se recentemente a única proprietária do campo Peregrino, uma aquisição que aumenta sua complexidade operacional mas tem potencial transformacional: no total, a empresa irá investir mais de US$ 4 bilhões – cerca de 65% do seu market cap atual.
“Caso a companhia consiga replicar seu histórico de sucesso em integrar ativos ao seu portfólio e extrair as devidas sinergias, os números indicam um ganho substancial em seu valor intrínseco,” disse a Squadra. “Para nossa sorte, suas ações não reagiram de maneira acentuada a essa aquisição.”
O último ano foi desafiador para a PRIO em termos operacionais, e a produção frustrou as expectativas de analistas, em grande parte devido à greve do Ibama, disse a gestora. “A demora na obtenção de licenças ambientais postergou tanto intervenções em alguns poços com necessidade de reparos como o início da produção no relevante campo de Wahoo.”
Para a Squadra, com a resolução dos gargalos relacionados a aprovações ambientais, “caso os desenvolvimentos previstos se desenrolem favoravelmente e considerando a cotação do petróleo atual, vislumbramos um free cash flow yield que pode chegar ao redor de 35% para o próximo ano”, um alto potencial de valorização e boa margem de segurança, tanto frente a eventuais percalços
O restante da carteira está pulverizado em diversos setores, incluindo posições na GPS, Grupo Mateus, Grupo Ultra, Hapvida e Rumo.