Lucas Klabin participa de competições de investimento desde os 12 anos, mas uma coisa sempre incomodou o aluno da Escola Britânica, hoje com 17.
“Essas competições, que são muito comuns nos Estados Unidos, praticamente não existem em português. E as de fora acabam tendo uma barreira de entrada grande para muitos brasileiros,” Lucas disse ao Brazil Journal.
Inconformado com a situação, o jovem do segundo ano do ensino médio decidiu fazer algo a respeito.
Junto com Antonio Voigt, um amigo de 19 anos que hoje estuda negócios em Wharton, Lucas criou a Brazilian High School Investment Competition (BRHSIC) — uma competição anual de análise fundamentalista.
A primeira edição, no ano passado, reuniu 100 equipes e cerca de 400 estudantes. Na edição deste ano, que acontece em 14 de setembro e terá o Brazil Journal como media partner, a escala já será bem maior. Já há 960 equipes inscritas, com um total de 4 mil participantes.
A BRHSIC é inspirada na Wharton Global High School Investment Competition, criada em 2012 pela escola de negócios e hoje a maior competição deste tipo para alunos do ensino médio. No ano passado, ela reuniu mais de 1.800 times, com 4 a 6 participantes, de 66 países diferentes. (Um dos participantes foi Lucas).
Assim como sua inspiração americana, a prova brasileira dura um mês, no qual as equipes usam um simulador de investimentos para montar um portfólio de ações para um cliente fictício.
As equipes precisam escrever um relatório explicando as teses de investimento, que é analisado primeiro por um grupo de professores. Os cinco melhores vão para a final, onde uma banca formada por gestores da Vinci Compass, JGP e Genial escolhem o time vencedor.
Neste ano, o prêmio para o vencedor será uma semana de trabalho na Genial.
Segundo Lucas, o desempenho da carteira no período não é levado em conta no resultado, já que não se trata de uma competição de trading. “O importante é o relatório que eles escrevem e o embasamento das teses,” disse ele.
O principal objetivo da competição é disseminar a cultura do investimento e da educação financeira entre os jovens, “mas também queremos identificar os melhores talentos do ensino médio e colocá-los diante das empresas para mostrar seu potencial,” disse Lucas. “Isso é uma oportunidade muito boa no Brasil, onde muitas vezes a entrada no mercado depende de conexões familiares.”
Na edição do ano passado, a equipe vencedora montou um portfólio concentrado em apenas seis ações, incluindo PRIO, Vale, Localiza e Engie. Segundo Lucas, o diferencial dos vencedores foi que eles fizeram um valuation muito profundo de cada ação, com um discounted cash flow (DCF) e um cálculo de margem de segurança.
“Os outros dois finalistas também fizeram análises muito boas, mas mais focadas no macro, com uma visão top down,” disse ele.
A BRHSIC não é a única competição de investimentos do Brasil, mas é a única focada apenas em estudantes do ensino médio.
A gestora Constellation organiza desde 2015 o Constellation Challenge, uma competição de análise fundamentalista focada em estudantes universitários. A competição acaba servindo como uma forma de encontrar estagiários para a gestora.
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