O Labi nasceu com uma ambição clara: dar acesso à saúde de forma simples e eficiente a um preço que coubesse no bolso dos seus clientes. E com um detalhe nada trivial: dentro da casa das pessoas.

A empresa, fundada por Marcelo Noll Barboza ao lado de Octavio Fernandes, Daniella Sasson e Carolina D’Alençon, surgiu em 2017 como uma rede de laboratórios de baixo custo.

Com o início da pandemia, a demanda do negócio explodiu: como as pessoas não podiam mais sair de casa, o time do Labi passou a ser cada vez mais requisitado. 

Essa missão guiou o Labi desde o início. Mas, como toda empresa de inovação, o caminho incluiu mudanças rápidas, momentos de expansão e períodos de reorganização. 

A pandemia acabou e, com ela, surgiu a necessidade de uma transformação profunda do Labi. Afinal, os seus clientes estavam retornando aos velhos hábitos – e aos laboratórios de sempre. Por isso, a companhia precisou se reestruturar. 

Para realizar esse turnaround, o Labi contou com dois parceiros: Cláudio Lottenberg, ex-presidente do Hospital Albert Einstein, e o Santander Empresas.

Lottenberg chegou ao Labi como investidor e mentor estratégico. Ele ajudou a empresa a aprofundar a visão de expandir o modelo domiciliar para um serviço mais completo de desospitalização – levando não só exames, mas também infusões, terapias e internações domiciliares monitoradas digitalmente.

Porém, para colocar o plano em prática com mais efetividade, o Labi precisava de mais ajuda. Foi aí que o Santander Empresas entrou na jogada. Com um olhar capaz de entender o propósito da empresa, o banco foi essencial para a consolidação de uma nova fase. 

O relacionamento começou quando o time de tech do banco – dedicado exclusivamente a empresas de inovação – identificou no Labi características típicas de negócios de alto potencial: ciclos longos de maturação, necessidade de eficiência e uma tese clara para escalar com tecnologia. 

 Segundo Patricia Rubio, head do Santander, o time de tecnologia do banco faz análises dos negócios com profundidade setorial, contextualizando projeções, riscos e caminhos de crescimento a partir de métricas como burn rate, runway e mix de receita. 

No caso do Labi, o Santander Empresas fez uma atuação multidisciplinar que combinou soluções financeiras, integração tecnológica e apoio estratégico. 

Com isso, o banco passou a oferecer produtos e serviços como adquirência e tecnologias de pagamento integradas às lojas físicas do grupo, análises especializadas do time de tecnologia (que ajudaram a calibrar riscos e projeções do Labi), e o apoio estratégico do time de Investment Banking, trazendo benchmarks, visão setorial e direcionamentos de expansão.

Segundo Barboza, a entrada do banco trouxe credibilidade junto a outros financiadores e ajudou a integrar novas frentes de negócio. Oferecendo linhas de crédito para a companhia no momento em que ela mais precisava. 

“O Santander nos deu o oxigênio que precisávamos para retomar o crescimento,” disse o fundador.

 Patrícia explica que o Santander Empresas fez um acompanhamento de dentro – não no sentido físico, mas operacional, estratégico e contínuo – que permitiu ao banco apoiar a empresa de maneira ajustada ao seu momento.

“O diferencial de estar dentro é poder oferecer soluções estratégicas para todo o ecossistema do cliente – desde o transacional até a expertise em investimentos e as soluções de expansão,” disse Patrícia.

 Com esse suporte multidisciplinar, o Labi reorganizou processos, acelerou a adoção de tecnologia e estruturou a expansão da sua frente de desospitalização. 

A virada veio rápido. De 2023 para cá, o Labi triplicou o faturamento – saiu de cerca de R$50 milhões para R$160 milhões anuais, e alcançou margem EBITDA acima de 10%. 

Hoje, 70% da receita vem de atendimentos domiciliares, e 80% da operação é voltada ao B2B, com mais de 80 operadoras de saúde atendidas em 165 cidades.

 A empresa também desenvolveu a plataforma Labi Care, que usa inteligência artificial para otimizar rotas, alocar profissionais e atualizar prontuários em tempo real – tudo com segurança, reconhecimento facial e monitoramento remoto. 

 Com o modelo validado, o Labi mira agora um mercado estimado em R$ 20 bilhões – e que ainda não tem um grande líder definido. 

Barboza disse que a meta é começar 2026 com uma receita anualizada em R$ 200 milhões e seguir investindo em tecnologia e eficiência operacional. 

 E, segundo Patrícia, o Santander Empresas continuará acompanhando a trajetória do Labi com o mesmo modelo de proximidade e especialização. 

“O nosso papel é enxergar o futuro do cliente junto com ele, antecipar caminhos e oferecer a estrutura necessária para cada fase”, diz. “É assim que o Santander Empresas quer construir relações que atravessam ciclos.”

Imagem de destaque: Sentados: Daniella Sasson, CFO e CRHO e Marcelo Noll Barboza, CEO. Em pé: Octavio Fernandes, COO, e Carolina D’Alençon, CMO.

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