A OdontoCompany — uma rede de franquias com mais de 2.600 clínicas odontológicas — acaba de adquirir a Orthodontic, trazendo para sua base 273 lojas com um tíquete maior num nicho complementar ao seu core business.
Enquanto a OdontoCompany é focado na clínica geral e tem apenas 22% de seu faturamento vindo da ortodontia, a Orthodontic é especializada neste ramo, que responde por mais de 80% da receita.
Além disso, a OdontoCompany foca num público de renda mais baixa, cobrando preços 30% a 40% menores.
“A Orthodontic, por oferecer um trabalho especializado, gera mais valor para o cliente, diferente de uma clínica multidisciplinar,” disse Fernando Massi, o fundador da Orthodontic, que continuará à frente da empresa.
As marcas serão independentes.
O valor da aquisição não foi revelado: a OdontoCompany disse apenas que pagou “múltiplos de mercado”. A empresa está comprando uma participação majoritária na Orthodontic, pagando em dinheiro.
Fundada em 2011, a OdontoCompany é controlada pelo especialista em franquias José Carlos Semenzato, do Grupo SMZTO, e pelo dentista Paulo Zahr — que juntos têm cerca de 66% do capital.
O restante está nas mãos da L Catterton, a gestora de private equity americana que investiu na companhia em 2019.
Semenzato disse ao Brazil Journal que a aquisição gera sinergias relevantes.
“O franqueado que se deu muito bem com a OdontoCompany e não tem mais espaço para crescer em sua praça com a marca pode comprar uma franquia da Orthodontic,” disse ele. “Além disso, tem o benefício de escala que vai permitir que a gente compre os insumos a preços melhores.”
O objetivo com a aquisição é dobrar o tamanho da Orthodontic em dois a três anos. Hoje, a empresa tem um sellout de R$ 400 milhões e a ideia é fechar o ano que vem entre R$ 450 milhões e R$ 500 milhões. (A receita da rede é uma fração desse total, já que vem majoritariamente dos royalties e da taxa de franquias cobrada na venda de cada nova unidade).
Esse valor se soma ao sellout de quase R$ 3 bi que a OdontoCompany deve fazer este ano. Para o ano que vem, a projeção é crescer cerca de 25%, chegando a um sellout de R$ 4,2 bilhões.
A aquisição vem três anos depois da OdontoCompany comprar a Oral Sin, uma franquia focada em implantes dentários. Segundo Semenzato, a companhia está de olho em novas oportunidades nesse mercado que agreguem mais verticais ao portfólio.
Outro plano é entrar no segmento premium comprando alguma rede menor (de 80 a 100 lojas), mas que “tenha o tíquete lá em cima, e produtos inovadores.”
Apesar de já ter tamanho para um IPO, Semenzato diz que a ideia dos sócios não é levar a OdontoCompany ao mercado nesse momento.
“Temos um negócio recorrente e com uma forte geração de caixa, então não estamos preocupados. Não temos pressa,” disse Semenzato. “A L Catterton em algum momento vai ter que desinvestir, mas ainda temos dois ou três anos sem nenhuma pressão para isso.”