A LivUp — a startup de venda de pratos congelados — está colocando mais R$ 26 milhões no caixa, uma segunda extensão de sua rodada Série D depois de ter levantado R$ 180 milhões na primeira tranche e outros R$ 50 milhões na segunda.
A extensão está sendo feita pelo corporate venture capital da Minerva Foods.
O fundador Victor Santos disse ao Brazil Journal que a LivUp ainda tem uma liquidez significativa, mas que viu a oportunidade de reforçar o caixa “num momento de muita incerteza do mercado.”
“É um cheque pequeno pra gente, mas dado o contexto atual achamos que é uma sinalização importante.”
O valuation foi o mesmo da extensão anterior, com a Globo Ventures, que havia sido feita um valuation um pouco maior que a tranche inicial. A empresa não abre os valores.
A capitalização vem num momento em que a LivUp teve que ajustar sua estratégia. A empresa diminuiu o ritmo de crescimento, cortou parte da equipe e voltou a focar apenas no core — os pratos congelados.
No ano passado, a companhia havia começado a expandir seu portfólio, entrando em categorias como hortifrutis, carnes e peixes. Em janeiro, a LivUp decidiu mudar essa estratégia, para preservar caixa e aumentar a eficiência.
“Foram escolhas difíceis, mas decidimos tirar todas as linhas de produtos que eram menos rentáveis para a companhia,” disse o CEO. “Na prática, tiramos os produtos de terceiros, e passamos a focar só nos produtos LivUp.”
Com as mudanças, a LivUp já elevou sua margem bruta para perto de 50% e está “muito perto” de chegar no breakeven do EBITDA. A expectativa é operar no positivo já no primeiro trimestre do ano que vem.
Naturalmente, a puxada de freio de mão afetou o crescimento da companhia. A LivUp faturou R$ 100 milhões em 2020 e esperava faturar R$ 200 mi no ano passado. Segundo Victor, o resultado acabou vindo abaixo disso e a expectativa para este ano é ter um crescimento “mais moderado.”
Hoje, boa parte da expansão da empresa está vindo da entrada em novos canais. Até agora, a LivUp focou muito nas vendas digitais pelo seu site e aplicativo próprios. Nos últimos meses, ela entrou nos marketplaces, como Rappi e iFood, e começou uma expansão no varejo físico, começando pelo St. Marché.
“O varejo físico ainda está num processo de desenvolvimento, estamos conversando agora com várias redes,” disse ele. “Mas achamos que ele vai ser um componente relevante da nossa receita em 2023.”
Do ponto de vista da rentabilidade, Victor diz que o ganho de escala deve contribuir de forma expressiva. A empresa produz seus produtos numa fábrica de 10.000 metros quadrados que está com uma ociosidade relevante — o espaço atual permitiria quadruplicar o tamanho da empresa.
“Estamos com esse custo fixo que não está gerando receita ainda,” disse ele. “Esse ganho nas margens já viria naturalmente com o tempo. A questão é que estamos antecipando isso.”