Michael Bloomberg acredita que uma forma de melhorar as oportunidades nas comunidades negras americanas é formar mais médicos negros.
Por isso, o ex-prefeito de Nova York acaba de doar mais de US$ 100 milhões para quatro escolas de medicina historicamente focadas em estudantes negros.
Bloomberg vai dar bolsas de estudos de até US$ 100 mil para cerca de 800 estudantes. Segundo ele, o objetivo imediato é reduzir os encargos financeiros desses jovens e ajudá-los a ter acesso à educação.
Mas a meta de longo prazo é mais ambiciosa: melhorar a saúde e a renda dos americanos negros.
“Os dados são claros: em geral pacientes negros têm desfechos clínicos melhores quando são tratados por médicos negros,” disse Bloomberg ao The New York Times. “Aumentando o número de médicos negros, esperamos que isso ajude a salvar mais vidas negras e a reduzir os problemas de saúde que limitam as oportunidades econômicas dessas comunidades.”
A doação é a primeira de grande proporção do Greenwood Initiative, um programa desenvolvido por Bloomberg durante sua campanha presidencial para ajudar as comunidades negras. (A iniciativa tem o nome do bairro de Tulsa onde centenas de negros foram massacrados em 1921.)
Os US$ 100 milhões serão direcionados a quatro universidades: a Charles R. Drew, em Los Angeles; Howard University, em Washington; Meharry Medical College, em Nashville; e Morehouse School of Medicine, em Atlanta.
As lideranças das quatro instituições disseram ao NYT que a doação de Bloomberg é uma das maiores feitas por um único doador para faculdades de medicina historicamente negras.
“Com essa doação vamos ter a oportunidade de livrar nossos estudantes do estresse financeiro,” disse a presidente da Morehouse School, Valerie Montgomery.
Segundo ela, a liberdade de não ter que se preocupar com dívidas pode fazer com que mais médicos negros optem por se tornar médicos de atenção primária em comunidades carentes.
As quatro universidades também esperam que a doação de Bloomberg ajude a ressaltar a importância dessas instituições e a atrair novos doadores.
James Hildreth, o presidente da Meharry, notou que a comunidade de ex-alunos dessas universidades normalmente não tem a oportunidade de ganhar tanto quanto seus colegas brancos, o que limita as doações.
No Brasil, a questão da equidade racial nas oportunidades econômicas continua sendo uma utopia.
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