O BNDES está renovando sua presença no conselho da JBS, escolhendo nomes com reconhecimento de mercado e uma relação de confiança com sua presidente, Maria Silvia Bastos Marques.
Dono de 20% do capital da empresa, o BNDES tem dois dos nove assentos no conselho.
No final de agosto, o banco já havia indicado Claudia de Azeredo Santos, uma advogada especializada em direito societário e mercado de capitais com um longo histórico corporativo.
Quando trabalhava na Aracruz, nos anos 90, Santos fez parte do time que listou a empresa na Bolsa de Nova York, fez a primeira emissão de Eurobond de uma empresa brasileira, a primeira securitização de recebíveis com grau de investimento e a primeira operação de swap de taxa de juros e moedas (trocando exposição a uma cesta de moedas para o dólar, a moeda em que a companhia fatura).
Este histórico de transações — triviais hoje, inéditas à época — levou a um convite de Maria Silvia, então CEO da Companhia Siderúrgica Nacional, para o cargo de diretor jurídico da siderúrgica, onde Santos ficou entre 1996 e 2003. Naquele período, Santos fez parte do time que organizou a oferta da CSN pelo controle da Vale.
Hoje, Santos é sócia do escritório Azeredo Santos & Cirne Lima Advogados, no Rio.
Além de colocar Luchetti e Santos no conselho, o BNDES também nomeou Eraldo Soares Peçanha para o conselho fiscal da JBS.
Peçanha foi controller da Aracruz, onde trabalhou de 1974 a 1996. Também conheceu Maria Silvia na CSN, onde ficou sete anos, e mais tarde trabalharam juntos na Icatu Seguros, onde ela foi CEO, e ele, diretor executivo de serviços a clientes entre 2008 e 2011. Antes disso, também foi controller e diretor de governança corporativa na Embratel.