A Raízs — uma foodtech de venda de produtos orgânicos e saudáveis — acaba de levantar R$ 20 milhões numa rodada que vai permitir entrar em novas geografias e ampliar seu portfólio, hoje concentrado em legumes, verduras e frutas.
A Série A foi liderada pela Solum Capital, a gestora de Donato Ramos, o ex-CEO da Imaginarium e do Mundo Verde. Também participaram a gestora KPTL e Marcelo Bazzali, o CEO da Extrafarma.
Bazzali e Donato vão para o conselho da Raízs, juntando-se a Pedro Navio, o presidente da divisão americana da Kraft Heinz. Pedro foi o primeiro investidor da startup.
A Raízs criou um negócio que injeta tecnologia na cadeia de produtos orgânicos e elimina três intermediários: o supermercado, o distribuidor rural e o distribuidor urbano.
Isso permite baratear o preço na ponta ao mesmo tempo em que aumenta o ganho dos pequenos produtores rurais.
“Conseguimos vender 20% mais barato que o supermercado, em média, e pagamos 22% a mais para o produtor rural,” Tomás Abrahão, o fundador e CEO, disse ao Brazil Journal. “Ainda assim, conseguimos ter uma margem que é quase 2x a do supermercado.”
A Raízs opera com 927 produtores rurais de diferentes regiões do Brasil e oferece mais de 3.000 SKUs em seu ecommerce. A startup tem uma base de 52 mil clientes ativos (que fizeram pelo menos uma compra no último trimestre), dos quais metade são assinantes.
No ano passado, a empresa entregou mais de 200 mil pedidos.
O sistema da Raízs se conecta direto com a fazenda dos produtores, permitindo à empresa saber em tempo real o que está sendo plantado em cada fazenda.
Na prática, isso significa que, em alguns produtos, “nosso estoque é a terra.” Em outras palavras: muitas vezes o produto que um cliente está comprando no ecommerce da Raízs para receber no dia seguinte ainda não foi sequer colhido.
Segundo Tomás, a logística também é parte fundamental do processo. A startup criou um fluxo logístico que permite levar o produto da fazenda à casa do cliente em apenas 24 horas, o que garante que ele chegue ainda fresco.
Hoje, a Raízs opera apenas no estado de São Paulo. Com os recursos da rodada, o plano é entrar em novos estados, começando pelo Rio, onde a startup pretende começar a operar já no segundo semestre.
Tomás diz que a empresa já tem produtores locais cadastrados na base e que o trabalho basicamente será abrir um novo centro de distribuição, azeitar a logística e fazer o go to market.
Outro plano é ampliar o portfólio. A Raízs começou focada apenas em legumes, verduras e frutas, e foi pouco a pouco adicionando produtos. Hoje, ela já vende itens de mercearia seca — como castanha de caju, tamara e semente de girassol — carnes, frangos e ovos orgânicos, além de laticínios e grãos.