A Simon Property e a Paragon Outlets — duas gigantes do setor de shopping centers dos EUA — sondaram a General Shopping sobre sua disposição em vender todos os seus outlets, os shoppings de ponta de estoque.
Nem chegaram a discutir a preço. Ouviram um não como resposta.
A General Shopping é hoje a maior empresa de outlets no Brasil, e uma das poucas.
Ela tem outlets em funcionamento em São Paulo, Brasilia e Salvador, está terminando a construção de um no Rio, e ainda planeja construir mais dois, em Recife e Curitiba.
O Iguatemi, em sociedade com a Construtora Sao José, tem um funcionando em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, e está contruindo outros em Minas Gerais, São Paulo e Santa Catarina.
A Simon é a maior incorporadora, proprietária e operadora de outlets no mundo, com 70 unidades em cinco países. Em 2012, a empresa havia feito uma sociedade com a BR Malls para desenvolver outlets no Brasil, mas a parceria não resultou em nenhum shopping e foi desfeita.
No setor, atribui-se a desistência da Simon ao tamanho potencial do mercado brasileiro. O mercado ainda seria limitado pelo número de operadores lojistas — como a Nike, Adidas, Reebok, etc — que têm volume suficiente para encher uma quantidade grande de lojas.
“Você não consegue ter um outlet próximo ao shopping tradicional senão você o canibaliza, porque são os mesmos lojistas num e noutro,” diz uma fonte do setor. “Então você tem que abrir nas estradas, e há só umas 15 grandes rodovias no Brasil. Ou seja, estamos falando aí de um mercado potencial de uns 15 outlets.”
Por outro lado, os outlets têm uma grande vantagem de custo em relação aos shoppings tradicionais. Tanto o custo de construção quanto o custo de ocupação dos lojistas são a metade dos mesmos custos nos shoppings tradicionais.