A Eletromidia comprou a Elemidia, criando a maior empresa de mídia ‘out of home’ do País num momento em que esse tipo de veículo ganha participação de mercado.
Depois da compra, a Eletromidia espera faturar R$ 700 milhões este ano, com uma geração de caixa de mais de R$ 200 milhões e um market share de 30% — deixando para trás a JCDecaux, cujo share é estimado em 25%, e a Clear Channel, que tem menos de 10%.
A aquisição faz a Eletromidia botar o pé dentro do elevador — literalmente.
A Elemidia é líder absoluta neste nicho com 20 mil monitores em prédios comerciais e residenciais, e detém cerca de 13% do mercado de ‘out of home’.
Já a Eletromidia estava ausente deste mercado, mas tem mais de 30 mil paineis em shopping centers, bancas de jornal, metrôs e trens urbanos em todo o País, e aeroportos como Galeão e Salgado Filho. Seu share estimado é de 17%. (Uma terceira empresa nacional, a Ótima, tem cerca de 10% do mercado e domina os abrigos de ônibus de São Paulo.)
A transação se deu entre dois fundos de private equity. A Eletromidia é controlada pela HIG Capital e a Elemidia pertencia à Victoria Capital Partners, que recebeu cash pelo ativo.
Seis anos atrás, quando a HIG investiu na Eletromidia, a mídia ‘out of home’ tinha 4% da pizza publicitária do Brasil — hoje, tem mais de 11%. Nos últimos seis anos, o rádio e a midía impressa perderam participação no mercado publicitário, a TV ficou de lado, e apenas as mídias ‘out of home’ e digital ganharam território.
Como resultado dessa tendência e de seus próprios ganhos de share, o faturamento da Eletromidia cresce 40% ao ano nos últimos cinco anos — e o potencial de crescimento continua enorme.
A empresa tende a se beneficiar do pipeline robusto de privatizações de aeroportos, já que as concessionárias chamam os players para operar o ativo. Além disso, prefeitos em todo o País consideram licitar o espaço publicitário no mobiliário urbano e nos transportes como forma de aumentar a arrecadação.
No mês passado, a Eletromidia conseguiu uma vitória importante. Bidando contra a JCDecaux, a empresa venceu um leilão para renovar seu contrato com a CPTM de São Paulo, que vence em 2021, por mais 10 anos, pagando cerca de R$ 100 milhões, segundo uma fonte com acesso ao leilão.
A inovação tecnológica também ajuda. A Elemidia desenvolveu uma inteligência que permite a seus anunciantes alterar suas peças, em tempo real, respondendo a mudanças no tipo de público que está no elevador naquele momento. A tecnologia já está operacional em parte das telas da companhia e deve chegar a 100% da base até o fim deste ano.
Depois da fusão, as duas empresas vão continuar operando separadamente mas responderão ao mesmo conselho de administração.