A Assicurazioni Generali, a maior companhia de seguros da Itália e uma das maiores da Europa, vai pagar US$ 260 milhões (R$ 1,3 bilhão ao câmbio de R$ 5) aos sócios do BTG Pactual e ao próprio banco como parte de um acordo para encerrar a arbitragem sobre a venda do BSI, o private bank suíço que o BTG comprou em setembro de 2015.
Os sócios do BTG receberão 83,3% dos recursos (R$ 1,08 bilhão); enquanto o banco receberá o saldo.
A arbitragem começou em 2016, depois que se descobriu o envolvimento do BSI no escândalo do fundo soberano 1MDB. O BTG pediu que a Generali o compensasse pelas multas que o BSI levou de autoridades suíças e de Singapura, já que as violações ocorreram antes da troca de controle.
O acordo prevê o pagamento dos US$ 260 milhões (tecnicamente, CHF 245 milhões) aos sócios do BTG a título de “indenização e ajuste de preço”, e não inclui admissão de responsabilidade ou irregularidade por parte da Generali.
Em fevereiro de 2016, cinco meses depois de comprar o BSI, o BTG o flipou para outro private bank, o EFG International, numa transação em dinheiro e ações que fez do BTG o segundo maior acionista do EFG. (O negócio também fez o EFG sair do 12º para o 5º lugar no ranking de bancos suíços.)
Há cerca de um ano, o BTG vendeu sua participação de 25% no EFG para a holding dos sócios, a BTG Pactual Holding, incluindo os direitos ao eventual resultado da arbitragem. Antecipando que sua chance de ganhar a arbitragem era alta, a holding pagou um prêmio em relação ao preço de tela do EFG — CHF 8,35 contra CHF 6 por ação à época — e financiou a aquisição fazendo uma oferta secundária de units do banco a R$ 46.
O banco ainda tem 5% do EFG.
A lógica daquela transação: o EFG tinha um retorno sobre o patrimônio próximo de zero, e estava deprimindo tanto o ROE do BTG quanto seu capital regulatório.
Além de simplificar seu balanço, a transação aumentou o capital de Nível 1 do banco de 10,2% para 13,4%.