A Greentable – uma startup de venda de saladas e congelados – acaba de levantar uma rodada para criar a ‘Sweetgreen brasileira.’
Com uma pequena grande diferença: enquanto a americana – que foi avaliada em mais de US$ 5 bilhões em seu IPO – cresceu com lojas físicas, a Greentable quer direcionar a maior parte dos esforços para o digital.
“As nossas lojas são mais para um brand awareness, e para tangibilizar a marca, o que ajuda também a reduzir o CAC,” o CEO e cofundador Pedro Semeoni disse ao Brazil Journal. “Mas nosso grande foco vai ser sempre nas vendas por delivery.”
A Greentable foi fundada há dois anos e tem duas lojas físicas (no Itaim e em Pinheiros), além de três dark kitchens voltadas apenas para o delivery. A empresa fez um run rate médio de R$ 10 milhões nos últimos três meses, e espera faturar R$ 15 milhões este ano.
As vendas vêm principalmente do delivery e da vertical de pratos congelados (que são vendidos no ecommerce e em supermercados premium), mas as lojas físicas ainda representam 40% da receita.
A rodada que a Greentable levantou vai ajudar justamente a acelerar as duas primeiras verticais – com investimentos em marketing, tecnologia e pessoas.
A startup não abre o valor da rodada, mas diz que vendeu 10% da empresa a um valuation de 7,5x o faturamento dos últimos doze meses.
A rodada seed foi feita com investidores-anjo como Marcos Rosset, o ex-CEO da Disney Brasil; Bruno Lima, o fundador da Caffeine Army; Felipe Miranda, da Empiricus; Arnaldo Rocha, da DealMaker; e os sócios da gestora Oria Capital.
A Greentable opera com um site próprio para o delivery das saladas e congelados e tem planos de criar um app.
A maior parte das vendas do delivery ainda vem dos marketplaces (Rappi e iFood), mas o plano é que 80% venha do site e app próprios no médio prazo.
“Isso permite ter uma margem muito melhor, porque não pagamos a comissão dessas plataformas, e um controle sobre os dados dos nossos consumidores, que é muito importante pra gente,” disse o fundador. “Com os dados conseguimos impactar o cliente com a melhor oferta e no melhor horário possível.”
Pedro fundou a Greentable depois de largar uma carreira no mercado financeiro, onde trabalhou no Banco Votorantim e na XP. Para fundar a empresa, ele se juntou a seu irmão Nelson, a Celso Guimarães Filho, e ao chef de cozinha Felipe Caputo.
Até agora, Pedro e Caputo eram os únicos que se dedicavam 100% à empresa.
Com a rodada, os outros dois sócios vão deixar seus empregos para focar no negócio: Nelson era o diretor financeiro da divisão de não-alcoólicos da Ambev; Celso era sócio da boutique de M&A DealMaker, onde entrou depois de trabalhar como equity research no Bank of America.