A Eneva fez uma oferta de R$ 6 bilhões pela Celse (Centrais Elétricas de Sergipe), a maior usina termelétrica da América Latina, com 1.551 MW instalados, pessoas a par do assunto disseram ao Brazil Journal.
A transação está na reta final, mas ainda não está assinada.
Pelos termos em negociação, a Eneva também assumiria R$ 5 bilhões em dívida da empresa, que tem um EBITDA de R$ 1 bilhão. Para efeito de comparação, a Eneva fechou sexta-feira valendo R$ 20 bilhões na Bolsa.
A Celse já tem a infraestrutura pronta para uma nova planta adjacente, de 800 MW.
A planta usa gás natural liquefeito (GNL) importado para gerar energia, e tem capacidade de atender 15% da demanda de energia do Nordeste. A termelétrica fica em Barra dos Coqueiros, na região metropolitana de Aracaju.
Como ganhou um leilão de energia elétrica oferecendo um preço muito competitivo, a Celse é sempre uma das primeiras térmicas a ser despachadas pelo Operador Nacional do Sistema (ONS).
Ao vencer um Leilão de Energia Nova A-5 em abril de 2015, a empresa celebrou 26 contratos de 25 anos com diversas distribuidoras de energia.
A Eneva está comprando apenas a usina — e deixando de fora do pacote o terminal de gás onde atracam os navios de GNL.
A Celse pertence ao New Fortress Energy (NFE), um fundo de private equity americano que comprou a Golar Power (a desenvolvedora original da usina) no início do ano passado.
O NFE tem metade da usina. A outra metade pertence ao empresário pernambucano José Cantarelli, um veterano do setor elétrico e dono da EBrasil Energia, que começou a operar na época do programa emergencial de térmicas do Governo Fernando Henrique.
Cantarelli, que tem direito de preferência, deve vender sua posição junto com o NFE.
A chinesa CGN estava na disputa mas, segundo uma fonte próxima ao processo, até agora não apresentou uma oferta.
A Goldman Sachs está assessorando a Celse.
A Lazard está assessorando a Eneva.