As ações de empresas de shoppings estão de volta às mínimas pela terceira vez desde o início da pandemia — acumulando uma queda de 25% desde junho.
Para o Credit Suisse, é uma oportunidade de compra.
Os analistas do banco lembram que estes múltiplos deprimidos já foram vistos duas vezes — em abril deste ano e novembro do ano passado — e o que se viu em seguida foi um rally de 20% a 30% nos papéis.
Dessa vez, no entanto, os analistas dizem que o espaço para otimismo é menor, em função da deterioração do cenário macro: a estimativa para o PIB 2022 caiu de 2,5% em janeiro para 1,6% agora.
Mas ainda que o cenário esteja menos óbvio, os analistas enxergam upside para o setor. Eles dizem que os shoppings se recuperaram em ritmo mais rápido do que o esperado na pandemia, mas o consenso de mercado projeta receitas estáveis em 2022 em relação a 2019 — apesar de as estimativas de receitas com aluguéis no conceito ‘mesmas lojas’ no terceiro trimestre estarem entre 10% e 15% acima do patamar pré-covid.
Nos níveis atuais, diz o CS, as ações negociam com desconto excessivo — de 10% na TIR real, ou 8% considerando dois anos no retorno do fluxo de caixa das operações (FFO Yield), e com um spread de 320 pontos-base para títulos indexados à inflação, versus 220 pontos-base historicamente.
Por conta da incerteza econômica, os analistas dizem que a melhor opção é focar nas empresas com shoppings dominantes em suas áreas de atuação, como Iguatemi e Multiplan, que têm recomendação overweight do banco. Para o CS, elas provavelmente apresentarão resultados operacionais mais fortes porque têm mais poder de barganha na negociação com os lojistas e podem conseguir melhores receitas com aluguel.
A recomendação para BR Malls e BR Properties é neutra.