A degradação das instituições brasileiras gerou ontem mais um momento épico. Segundo o Diário Catarinense, “não se fala em outra coisa no meio jurídico” do Estado.
Em audiência no Tribunal de Justiça de Santa Catarina, o advogado Felisberto Odilon Córdova, de 78 anos, acusou o desembargador Eduardo Gallo de ter pedido R$ 700 mil para julgar favoravelmente aos interesses de seu cliente. Gallo é o relator do processo.
Segundo nossos amigos do JOTA, que catapultaram o caso das correntes do Whatsapp para a institucionalidade jornalística, “a causa em questão envolve uma demanda superior a R$ 35 milhões,” o que — em sendo verdade a acusação — prova a parcimônia e o autocontrole do desembargador, que pediu (apenas) 2% num País acostumado a percentuais cada vez mais pornográficos.
Segundo Córdova, Gallo teria recebido uma proposta de R$ 500 mil da outra parte, e — abre aspas — “o descarado chegou a mandar ao nosso escritóriório uma contraproposta: que poderíamos cobrir por R$ 700 mil.”
Prestes a ter um infarto e consumido por uma revolta que consome a maioria dos brasileiros, Córdova bradou: “Isso aqui não é o Senado! Isso aqui não é a Câmara dos Deputados! Isso aqui é um Tribunal de Justiça!”. No nosso sistema político, o (Poder) sujo já serve de métrica para o mal lavado.
Presente à audiência, o desembargador sequer se levantou da cadeira, mas disse que aquilo era um ‘nítido excesso’ e afirmou nunca ter sido chamado de vagabundo em 25 anos de magistratura, e ‘requereu’, sem sucesso, que o presidente da 1ª Câmara Cível prendesse o advogado.
Córdova ainda bateu de novo: “Vamos os dois presos, que eu quero te quebrar a cara, vagabundo!”
Quem somos nós para julgar…. mas o veredito sobre os tribunais superiores brasileiros já saiu há muito, e depois da devassa da Lava Jato no Executivo, no Legislativo e no setor privado, o Judiciário permanece a grande caixa preta institucional brasileira. Data venia.