Não é impossível imaginar um futuro próximo em que as pessoas vão trabalhar apenas metade da semana, entre outros benefícios que serão trazidos pela inteligência artificial, disse Jamie Dimon, o CEO do JP Morgan.
Indagado sobre os riscos da IA, Dimon disse que novas tecnologias sempre trazem ameaças, mas é preciso “respirar fundo” e pensar nos benefícios.
“Os seus filhos vão viver até os 100 anos e não terão câncer, por causa da tecnologia,” disse Dimon numa entrevista à Bloomberg TV. “E eles poderão trabalhar três dias e meio por semana.”
Para o CEO, a inteligência artificial é algo “crítico para o sucesso futuro de nossa companhia” e o uso desses recursos já faz parte do dia a dia do banco, em áreas como gestão de risco, criação de novos produtos e engajamento dos clientes.
“A inteligência artificial pode ser usada em todos os processos, em todos os aplicativos e em todas as bases de dados,” Dimon disse à Bloomberg. “Ela pode ser usada como copiloto ou pode substituir humanos.”
Em abril, o CEO do JP Morgan dedicou uma seção inteira de sua carta anual aos acionistas à inteligência artificial, dizendo que há no banco mais de 300 casos de utilização de IA já em andamento ou desenvolvimento.
Os comentários do presidente do maior banco americano sobre a redução da carga de trabalho lembram a famosa previsão feita por John Maynard Keynes, quando afirmou, no ensaio Possibilidades Econômicas para os Nossos Netos, de 1930, que em 100 anos as pessoas iriam trabalhar apenas 15 horas por semana – “três horas ao dia serão mais do que suficientes.”
Por enquanto, entretanto, os executivos do banco precisam bater ponto cinco dias por semana – e no escritório, nada de trabalho remoto.
O JP Morgan está construindo um novo edifício-sede, na Park Avenue, com 70 andares e capacidade para 15 mil trabalhadores.
O prédio, no coração de Midtown, deve ser inaugurado em 2025.