Até 2032, a maior parte dos carros vendidos nos EUA terão que sair da fábrica com motores elétricos.
As novas regras, que acabam de ser anunciadas pela agência ambiental americana, foram recebidas como uma das mais profundas transformações na história da indústria automobilística americana.
Ao mesmo tempo, no entanto, o Governo Biden reconheceu que a transição não poderá ser tão acelerada como era a sua intenção original, e deu mais prazo para as montadoras cumprirem as regras.
A legislação, que resultou de três anos de estudos e debates coordenados pela Environmental Protection Agency (EPA), valerá para carros de passeio, SUVs e picapes.
De acordo com a EPA, a transição para uma frota verde vai evitar a liberação de 7,2 toneladas de CO2 ao longo de 30 anos. O número equivale também à emissão anual de gases de efeito-estufa nos EUA.
Cada montadora terá liberdade para decidir seu mix de produção e vendas, desde que respeitem os limites de emissão estipulados pelas regras de transição. O efeito prático será que mais da metade dos carros produzidos não terão os tradicionais motores a gasolina.
Os parâmetros de transição estipulados pela nova legislação entrarão em vigor para os modelos 2027.
Pelas projeções da EPA, os carros com baterias – 100% elétricos ou híbridos – deverão alcançar 56% das vendas até 2032.
No ano passado, a EPA havia apresentado metas de transição mais ambiciosas, que, em termos práticos, forçariam 60% dos carros novos a serem exclusivamente elétricos (EVs) até 2030.
As fabricantes de veículos pediram um prazo mais alongado, tendo em vista que os consumidores não aderiram aos EVs como se havia imaginado – em parte porque ainda há barreiras como a falta de estações de abastecimento e o custo de manutenção.
Agora, pelas novas regras, espera-se que o percentual de elétricos em 2030 fique entre 31% e 44%.
No ano passado, os americanos compraram 1,2 milhão de veículos elétricos novos, um recorde para o país. Mas segundo o New York Times, eles representaram apenas 7,6% das vendas. Os híbridos ficaram com 16%.
Biden estipulou a meta de cortar pela metade as emissões de gases do efeito-estufa até 2030. A ambição é acabar com eles até 2050.
Os gases liberados na atmosfera pelos escapamentos dos veículos com motores a combustão são a maior fonte de emissão de carbono nos EUA.