As gestoras Constellation e Aster estão fundindo suas operações, num movimento que visa dar às duas gestoras de ações musculatura para competir quando o fluxo para a Bolsa voltar. 

Para a Aster, a fusão é uma volta para casa.

Marcello Silva já havia trabalhado mais de uma década na Constellation quando deixou a gestora em 2021 para fundar a Aster.

“Temos a mesma filosofia de investimento e a mesma cultura, então o potencial é grande e o risco é baixo,” Florian Bartunek, o fundador da Constellation, disse ao Brazil Journal.

“Uma fusão faz sentido se queremos ser protagonistas,” disse Marcello. O patrimônio combinado das duas casas é de R$ 3 bilhões de reais.

Os sócios da Aster vão se tornar sócios da Constellation comprando participações pelo valor patrimonial. A marca Aster some, e a estratégia de investimento será unificada.

Hoje a Aster tem um portfólio e veículos diferentes para distribuí-lo de acordo com o perfil do investidor. Esse portfólio vai convergir para ser o mesmo do fundo long only da Constellation. 

Com a fusão, a gestora passa a ter cerca de 30 funcionários (houve demissões dos dois lados em posições que ficaram duplicadas). Florian segue como CEO, e ele e Marcello serão co-CIOs. 

O negócio conclui um processo que começou há cerca de um ano, quando a Constellation decidiu aproveitar a péssima fase do mercado para reforçar a equipe.

“Resolvemos nos estruturar para estar entre as gestores mais bem posicionadas para aproveitar a melhora de cenário no Brasil, que em algum momento vai acontecer,” disse Florian. 

Contratar, porém, se mostrou mais difícil do que o esperado. As gestoras de ações encolheram, mas os bons profissionais migraram para outros segmentos do mercado financeiro. 

Florian e Marcello veem o mercado de assets mais concentrado daqui para frente. “Os grandes alocadores já consideram poucas casas e esse movimento deve continuar,” disse Marcello.

Com a multiplicação de opções de investimento, “acabou a reserva de mercado para os fundos de ações”, disse Florian. “Faz tempo que esses produtos deixaram de ser a única alternativa do brasileiro que quer correr risco.”

Nesse ambiente, só quem ganha dinheiro com consistência vai conseguir captar. “Os enroladores vão ficar pelo caminho,” disse Florian.