O Grupo Alife Nino – que fatura quase R$ 500 milhões por ano com restaurantes e bares como o Nino Cucina, o Boteco Boa Praça e o Tatu Bola – acaba de anunciar a compra do Grupo Irajá, ampliando sua pegada no mercado carioca.
O negócio envolveu dinheiro e troca de ações, mas o valor não foi divulgado. Os sócios do Irajá – Pedro de Artagão, Gustavo Mariath e Marcos Werneck – permanecerão no grupo.
O Grupo Irajá tem 12 bares e restaurantes (quase todos no Rio de Janeiro), como o Irajá Redux e o Boteco Rainha, e faturou R$ 80 milhões em 2023.
A compra vai ajudar o Alife Nino a alcançar um faturamento de R$ 700 milhões este ano, uma alta de 45% em relação a 2023, o CEO Alessandro Ávila disse ao Brazil Journal.
Em número de lojas, o grupo deve saltar das atuais 60 (já contando com o Irajá) para 87, espalhadas por 19 cidades em quatro das cinco regiões do Brasil.
Segundo Ávila, o Grupo Irajá é exatamente o tipo de companhia que o Alife Nino procura: uma empresa com solidez, margem líquida acima de 15% e ROIC entre 20% a 30%.
“Estamos indo atrás dos melhores. São alavancas e indicadores que buscamos sempre, pois são similares aos nossos,” disse o CEO, que prevê um top line de R$ 1 bilhão já em 2025.
O plano do Alife Nino é se tornar uma “Arezzo do food service,” disse o chairman Pedro Silveira. Para isso, além das margens, a empresa precisa oferecer um serviço diferenciado.
Isso explica um outro movimento do Alife Nino: o grupo comprou uma participação minoritária no Fame Osteria, um restaurante exclusivo de culinária italiana localizado nos Jardins – o local tem apenas 16 lugares.
Na verdade, o maior interesse estava no premiado chef italiano Marco Renzetti, dono do Fame. A partir de agora, Renzetti vai comandar a cozinha do Nino Cucina, que já tem cinco restaurantes.
Algo similar vai acontecer com um dos sócios do Irajá: Pedro de Artagão vai assumir como head de gastronomia dos bares de todo o grupo.
“A principal sinergia, que vale mais do que dinheiro, é a parte da gastronomia: conseguimos trazer o know how desses profissionais para os outros restaurantes do grupo,” disse o CEO.
O Alife Nino, que previa um IPO até 2025, preferiu deixar sua estreia na Bolsa para a sobremesa – a abertura de capital deve ficar para daqui a três anos.
Mas ainda este ano, a companhia deve anunciar mais uma captação de private equity, segundo os executivos; em 2021, a XP fez um cheque de R$ 100 milhões.