Jorge Paulo Lemann acaba de investir no Snapchat através de um de seus fundos.
O bilionário da Ambev, do Burger King e da Heinz participou da mais recente rodada de investimentos do aplicativo, concluída no fim de maio. A chamada ‘Series F’ levantou US$ 1,8 bilhão e atraiu um quem-é-quem do mundo da tecnologia, como os fundos Sequoia e Tiger, bem como gestores tradicionais como Fidelity e T. Rowe Price.
A rodada avaliou o Snapchat em pouco menos de US$ 18 bilhões num cálculo ‘post money,’ ou seja, quando se inclui na conta o dinheiro levantado. O Snapchat, cujos usuários enviam fotos e vídeos que ficam disponíveis apenas por alguns segundos, teve um faturamento de apenas US$ 60 milhões ano passado, mas projeta US$ 250-350m este ano e US$ 500m-1bi em 2017.
O interesse de Lemann pelo Snapchat evidencia uma nova atitude — ainda que incipiente — para um empresário acostumado a apostar em produtos de consumo como cerveja, hambúrguer e ketchup — setores da velha economia onde é fácil replicar a fórmula de guerra aos custos e meritocracia desenvolvida pela escola Vicente Falconi.
Além de ser um dos controladores da B2W — que por ser dona do Submarino e da Americanas.com ocasionalmente é vista como ‘empresa de tecnologia’ — Lemann há dois anos investiu na Movile, uma desenvolvedora de aplicativos brasileira, por meio de um de seus fundos.
Lemann não está sozinho no seu crescente interesse pelo mundo digital.
Warren Buffett, que passou a vida dizendo que só investe em setores que entende bem (o que não é o caso de tecnologia), agora está financiando a tentativa de Dan Gilbert de comprar o Yahoo. O consórcio Gilbert-Buffett passou para a segunda rodada de ofertas em meados de maio. Se bem sucedido, este será o segundo investimento relevante de Buffett em tecnologia: em 2010, a Berkshire Hathaway anunciou uma participação de US$10 bilhões na IBM.
O envolvimento de Lemann vem no momento em que o Snapchat acaba de ultrapassar o Twitter em número de usuários ativos. Cerca de 150 milhões de pessoas usam o Snapchat diariamente; em dezembro, eram 110 milhões. O Twitter tem pouco menos de 140 milhões de usuários ativos diários, segundo estimativas de analistas. (Os dados sobre uso foram reportados pela Bloomberg.)
Na foto abaixo, postada no Instagram no mês passado, Lemann e Veronica Serra, gestora de um de seus fundos, posam com o fundador da Tesla, Elon Musk (ao centro), em recente visita à Califórnia.
Será que vem mais por aí?