Boa notícia para o pessoal de humanas; nem tão boa para a turma de exatas.
A automação ainda vai deixar muita gente desempregada, mas para o historiador Yuval Harari, vai demorar até que os robôs subam ao palco e roubem a cena de artistas e criativos em geral.
Mais conhecido pelos best sellers “Sapiens” e “Homo Deus”, o autor israelense acha que as atividades ‘criativas’ estão entre as mais protegidas da automação no mercado de trabalho, pelo menos no curto prazo.
Versando sobre o futuro do trabalho numa entrevista à CNBC, Harari diz ver com bons olhos o fim dos ofícios tediosos e repetitivos. “Não há nada inerentemente errado com isso. Outras atividades, mais significativas, podem surgir.”
Mas o autor alerta também para o surgimento de uma “classe de reduntantes” (‘the useless class’, para usar suas palavras exatas) e defende que pessoas e instituições façam sua parte para garantir treinamento e novas oportunidades para os que perderão seus empregos.
“O que precisamos proteger na realidade não são os postos de trabalho, mas os seres humanos”, disse Harari. “A grande questão em relação ao surgimento de uma classe de redundantes não é a perda do trabalho, mas a dificuldade de requalificação e de reinvenção das pessoas. Como se reinventar aos 50? Não é impossível, mas é muito difícil: demanda muito esforço pessoal e também dos governos, que terão de apoiar e requalificar as pessoas.”