O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, prepara sua saída do Governo.
A informação — da repórter Claudia Safatle no Valor PRO, o serviço de notícias em tempo real do jornal Valor Econômico, apenas para assinantes — explicita a velocidade da desintegração do Governo e vai aumentar a volatilidade de um mercado que negocia em função inversa ao destino do Governo: a fortuna de um é o azar do outro.
Numa economia que está há meses à mercê da crise política, a notícia vai aumentar a dificuldade dos investidores para se posicionar neste momento face a um cenário de absoluta incerteza.
Apesar da linguagem suave usada no relato de Safatle, segundo o qual Tombini “tem dado sinais de que pedirá para sair na mexida ministerial que está sendo desenhada,” o mercado já bota o risco no preço: o dólar futuro (contrato de abril) sobe 1,5% e o Ibovespa futuro cai 1,5% esta manhã, na medida em que o relato do Valor se torna conhecido.
De acordo com Safatle, “a eventual confirmação do ex-presidente Lula no cargo de ministro forte do governo Dilma aponta para mudanças profundas na política econômica. Mudanças com repercussões na área monetária e cambial. A discussão sobre uso de reservas cambiais, liberação de compulsório e a clara intenção de reduzir a taxa de juros seriam algumas ‘guinadas’ preconizadas para esse novo momento.”
O fato de que Tombini nunca foi exatamente um querido dos mercados — e sim comandar um BC tido como subserviente ao Planalto — mostra o tamanho do problema. Depois dele, o dilúvio?
A boa notícia esta manhã é que, mesmo com este climão, alguma fonte anônima do Planalto ainda está botando panos quentes na crise. De acordo com o repórter Ribamar Oliveira, do Valor em Brasília, uma fonte do Palácio garante que “não se vai dar um cavalo de pau na economia” e “não haverá redução forçada de juros”.
Comemorem, senhores.