A Tereos Brasil, subsidiária da cooperativa francesa que é uma das maiores produtoras de açúcar e álcool do mundo, acaba de concluir um estudo para analisar os benefícios de usar diesel aditivado em suas colheitadeiras.

O resultado ficou acima das expectativas.

No teste, os técnicos e engenheiros compararam o consumo e o desempenho das máquinas abastecidas a diesel comum com aquelas que usam o diesel aditivado RendMax, produzido pela Ipiranga. As colhedoras que usaram o aditivado consumiram 5% menos combustível.

Agora, a partir das conclusões do teste comparativo, a Tereos projeta uma economia de 2 milhões de litros de diesel na atual safra (2022/2023). O impacto financeiro no bottom line: R$ 10 milhões.     

O aditivo traz um benefício duplo porque, além do impacto financeiro, ele também contribui para a reduzir a emissão de gases de efeito estufa. 

De acordo com as estimativas da Tereos, será possível evitar que o equivalente a 4.000 toneladas de CO2 sejam lançadas na atmosfera a cada ano. Para compensar toda essa emissão, seria necessário plantar 15 hectares de vegetação a cada ano, uma área equivalente a 15 campos de futebol. 

O estudo começou a ser feito na safra 2021/2022. Por meio do acompanhamento dos dados obtidos nos sensores instalados nas máquinas e também das informações dos sistemas automatizados, os técnicos acompanharam o desempenho de 31 colhedoras nas unidades de Cruz Alta e Tanabi, no interior de São Paulo. As informações colhidas foram comparadas com as das três safras anteriores, nas quais não foi utilizado o diesel aditivado. Houve ainda o confronto com os números de outras unidades, nas quais as máquinas usaram apenas diesel comum.

Os engenheiros de dados acompanham diariamente a plantação a partir das informações produzidas por sensores e do monitoramento feito por drones e satélites. Toda essa munição tecnológica contribuiu para dar confiabilidade e precisão ao estudo. 

“Vínhamos avaliando o quão vantajoso seria substituir o diesel comum pelo aditivado, que é um pouco mais caro. Para tomar a decisão final, decidimos fazer um estudo isento, com a ajuda de uma consultoria externa,” o diretor de suprimentos, negócios agrícolas e TI da Tereos,  Carlos Simões, disse ao Brazil Journal. “Os resultados ficaram acima das expectativas e vamos utilizar o diesel aditivado em todas as nossas operações.” 

Na avaliação de Simões, a adoção do novo diesel ajudará a mitigar o aumento nos custos dos insumos agrícolas. “Precisamos buscar as ferramentas da tecnologia e da inovação para compensar a pressão inflacionária. Será uma alavanca importante para as operações na safra atual.” 

A Tereos Brasil processou 21 milhões de toneladas de cana na safra 20/21, em uma área de quase 300 mil hectares. No total, saíram das usinas 730 milhões de litros de etanol e 1,9 milhão de toneladas de açúcar. 

A empresa brasileira faz parte do grupo francês Tereos, que tem 44 unidades industriais em 13 países.