O Morgan Stanley iniciou a cobertura de Rumo com recomendação de ‘compra’ e um preço-alvo de R$ 30 — um potencial de alta de 27% em relação ao preço de tela.
Os analistas acham que a produção de grãos deve continuar crescendo no Brasil num ritmo mais acelerado que os investimentos em armazenagem e logística — o que deve pressionar o setor de transportes e garantir que o preço dos fretes continue alto por um bom tempo.
“Nos últimos dois anos, a produção de soja e milho do Brasil aumentou em 64 milhões de toneladas, o equivalente a toda a produção da Argentina e a 2x a produção da Ucrânia,” escreveram os analistas Javier Martinez e Julia Rizzo.
“Além disso, pela primeira vez na história, a segunda safra de milho se tornou maior que a primeira safra no Mato Grosso, e a capacidade de armazenagem é insuficiente, até mesmo para a primeira safra. Essa é uma mudança estrutural no mercado que coloca o sistema sob uma pressão sem precedentes.”
Os analistas lembram que os investimentos em infraestrutura caíram significativamente na última década na esteira de diversas crises, impeachments e mudanças no governo, além dos dois anos de pandemia.
“Com a produção de grãos continuando a crescer, o sistema começou a enfrentar dificuldades, o que se refletiu em preços maiores de fretes,” diz o relatório. “Achamos que o mercado de frete está apertado e deve continuar assim pelos próximos anos.”
O Morgan Stanley acha que as ferrovias da Rumo estão bem posicionadas para se beneficiar desse mercado mais apertado por meio de yields melhores, com o aumento dos volumes também aumentando o giro dos ativos.
Para o banco, os investimentos que devem ser feitos no porto de Santos — onde a Malha Norte da Rumo termina — também devem atrair mais volumes ao mesmo tempo em que aumenta seu posicionamento competitivo.
Os analistas disseram que esperam um CAGR de 25% para o EBITDA entre 2023-2025 e de 13% de 2025 a 2030. A estimativa do Morgan Stanley é de um EBITDA de R$ 7,1 bilhões e R$ 8,6 bilhões para o ano que vem e 2025. Esses números estão 4% e 12% acima do consenso do mercado, respectivamente.
O banco vê a Rumo negociando a 8,8x o EBITDA estimado para o ano que vem e a 7,5x o de 2025, um desconto de cerca de 20% em relação às médias históricas (11x) e ao múltiplo médio de seus peers (10,8x).
A companhia vale R$ 43,7 bilhões na B3.